O Ministério da Saúde já adota muitas das medidas sugeridas no relatório "Um ajuste justo - propostas para aumentar eficiência e equidade do gasto público no Brasil", elaborado pelo Banco Mundial e divulgado nesta terça-feira (21).
— Entendemos que o relatório é uma fórmula para melhor aplicar os recursos, que é o que estamos fazendo — comentou o ministro Ricardo Barros.
O relatório propõe, entre outras medidas, que o governo feche hospitais de pequeno porte, pois eles são proporcionalmente caros em comparação com os grandes. Barros explicou que, nesse caso, o que vem sendo feito é trabalhar na especialização dessas unidades, dentro de uma lógica regional de atendimento.
— Cada município não pode ter todos os recursos, mas num conjunto de municípios todos estarão disponíveis.
O uso de profissionais não médicos para atender a casos menos complexos, sugerido no relatório, é outra política apoiada pela Saúde. Nesse caso, porém, o governo esbarrou na resistência da classe médica, que procurou restringir a atuação de enfermeiros e agentes de saúde.
— É uma jabuticaba — criticou o ministro.
Ele afirmou que, em outros países, muitos dos procedimentos que aqui são exclusivos dos médicos são realizados por outros profissionais da área.
O relatório sugere também uma articulação entre os níveis de atendimento do sistema de saúde, outra iniciativa que está em curso na pasta. Segundo o ministro, o teleatendimento, no qual o médico da atenção básica consulta à distância os especialistas, melhora as chances de resolver o problema já nessa etapa e evita encaminhamentos.