A lista de possíveis interessados no controle da Eletrobras vai muito além dos chineses, que nos últimos anos abocanharam grandes companhias no setor. Especialistas afirmam que, dependendo da modelagem que será adotada pelo governo, os interessados podem incluir grandes fundos de investimentos espalhados pelo mundo que hoje têm muito dinheiro em caixa para gastar. A oferta também pode atrair empresas da Europa.
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O presidente da Thymos Energia, João Carlos Mello, diz que as elétricas europeias – algumas delas que já fizeram o mesmo que o governo está fazendo com a Eletrobras – estão voltando com apetite ao mercado brasileiro. Ele afirma que a italiana Enel e a francesa EDF podem ser candidatas a comprar uma fatia da estatal.
– Em uma venda pulverizada, dependendo do tamanho dos lotes, as companhias brasileiras também podem disputar esse negócio – avalia.
O presidente da Engie Brasil Energia, Eduardo Sattamini, acredita que a privatização da Eletrobras está mais voltada para um investidor financeiro (que vá apenas fornecer recursos à estatal) do que para um investidor estratégico (uma empresa que atue junto com a Eletrobras).
Para a economista Elena Landau, ex-conselheira da Eletrobras, o governo conseguiu uma solução que estava "quicando na área", considerando toda discussão sobre meta fiscal. Ela diz que a oferta de ações, com a União diluindo a participação, é uma solução que vai ajudar a Eletrobras nesse processo de transformação pelo qual já vem passando.
– E não será um modelo tradicional como antes (ou seja, será uma venda pulverizada) – defendeu.
O presidente da EDP Energias do Brasil, Miguel Setas, também viu com bons olhos o anúncio da privatização da estatal. Apesar disso, ele evitou comentar a modelagem sugerida pelo governo para executar a privatização e a possibilidade de a EDP ou seu controlador, a China Three Gorges (CTG), participar do processo.
– É cedo para comentar, a modelagem ainda está sendo estudada. (...) Obviamente nossa obrigação é fazer uma análise – declarou.
Setas lembrou que a EDP já anunciou o interesse em adquirir ativos da Eletrobras nos quais a companhia é sócia.
– Apresentamos uma proposta, mas ela não foi aceita – apontou.