O mercado financeiro aumentou pela quarta semana seguida a projeção para a inflação neste ano após o alta nos tributos sobre combustíveis. Desta vez, a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 3,45% para 3,5%. A estimativa faz parte do boletim Focus, publicação divulgada no site do Banco Central (BC) nesta segunda-feira (14) com estimativas para os principais indicadores econômicos.
Para 2018, a projeção para o IPCA é mantida de 4,2% há quatro semanas consecutivas. As estimativas para os dois anos permanecem abaixo do centro da meta de 4,5%, que deve ser perseguida pelo BC. Essa referência tem um intervalo de tolerância entre 3% e 6%.
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Para alcançar a meta, o BC usa como principal instrumento a taxa básica de juro, a Selic, atualmente em 9,25% ao ano. Quando o Copom aumenta a Selic, a meta é conter a demanda aquecida. Isso gera reflexos nos preços, porque o juro mais altos encarece o crédito e estimula a poupança.
Quando o Copom corta a Selic, como ocorreu nas últimas reuniões, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação. A expectativa do mercado para a Selic ao final de 2017 e de 2018 segue em 7,50% ao ano.
Já a estimativa de analistas financeiros para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país) foi mantida em 0,34% neste ano e em 2% em 2018.