O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), deixou o plenário da Casa por volta das 12h30min desta terça-feira (11) declarando que a sessão para votação da reforma trabalhista será retomada "quando a ditadura deixar". Inicialmente, Eunício proibiu o acesso da imprensa e de assessores parlamentares ao plenário e determinou o apagar das luzes e o corte do som dos microfones.
Questionado por jornalistas sobre a proibição da entrada da imprensa, Eunício respondeu que "a sessão estava encerrada e as luzes apagadas", mantendo o seu posicionamento. Alguns minutos depois, no entanto, a assessoria de imprensa da presidência da Casa autorizou a entrada de jornalistas.
Leia mais:
Microfones cortados, luz apagada e mesa ocupada: confusão suspende votação da reforma trabalhista
AO VIVO: acompanhe a votação da reforma trabalhista no Senado
Como ficou a reforma trabalhista que vai a votação no plenário do Senado
A fala de Eunício foi uma resposta ao protesto da oposição para tentar obstruir a votação da reforma trabalhista no plenário do Senado, liderado por um grupo de cinco senadoras, que ocupam a mesa diretora: Fátima Bezerra (PT-RN), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Vanessa Graziotin (PCdoB-AM), Regina Sousa (PT-PI) e Lídice da Mata (PSB-BA).
O grupo de senadoras permaneceu na mesa mesmo após o Eunício ter anunciado, em pé e puxando o microfone que era usado por Fátima Bezerra, o fim da sessão. A decisão foi seguida pelo desligamento dos microfones e o apagar de todas as luzes do plenário.
Depois, Eunício convocou reunião no gabinete da Presidência para tratar da retomada da sessão de votação da reforma trabalhista.
Sindicalistas
Um grupo com cerca de 20 pessoas fez um manifesto contra a reforma trabalhista durante audiência pública da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado. Por conta da votação da reforma trabalhista, nesta terça-feira, o sistema de segurança do Congresso Nacional foi reforçado e visitantes estão proibidos de se aproximar do plenário.
Inicialmente a sessão da CDH foi marcada para tratar da aposentadoria especial para os profissionais da enfermagem, porém a reunião foi utilizada como estratégia da oposição para fazer com que alguns trabalhadores e sindicalistas conseguissem entrar na Casa. Na segunda-feira, 10, a sessão já havia sido transformada em palco de discussões sobre a reforma.
Embora o grupo não possa circular pelo Senado, os oposicionistas ainda esperam conseguir autorização para que alguns manifestantes entrem nas galerias do plenário e acompanhem a discussão e votação da matéria. A sessão de apreciação da reforma foi marcada para às 11h, mas o pleito só deve ocorrer no período da tarde.
Os oposicionistas estão fazendo diversos pronunciamentos ao longo da manhã para pedir o apoio dos trabalhadores para protestarem contra a votação da reforma. Eles também planejam fazer movimentos de obstrução no plenário para atrasar a votação da proposta.