A produção de veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) no primeiro semestre deste ano subiu 23,3% em relação a igual período do ano passado, chegando a 1,26 milhão. O motor da alta foram as exportações, que cresceram 57,2% na mesma base de comparação.
Em termos absolutos, 372,6 mil veículos produzidos no Brasil de janeiro a junho foram vendidos ao Exterior, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (6) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O volume é recorde. Na prática, três em cada 10 carros produzidos no país foram remetidos para outras nações.
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Diante da recessão interna, com queda na demanda e restrição ao crédito, a saída encontrada pela indústria automobilística foi escoar sua produção para o Exterior – sobretudo para mercados latino-americanos. A desvalorização do real (mais forte no ano passado) facilitou essa reorientação estratégica. Em valores, o volume exportado no semestre corresponde a US$ 7,4 bilhões, alta de 53% ante o primeiro semestre de 2016.
O volume recorde nas exportações levou a Anfavea a revisar sua projeção para produção neste ano de alta de 11,9% para 21,5%. Se a estimativa se confirmar, o setor fechará em dezembro com 2,619 milhões de unidades fabricadas, ante expectativa anterior, divulgada em janeiro, de 2,413 milhões.
Anfavea eleva estimativa anual de venda externa
A entidade revisou também sua projeção para o mercado externo, de expansão de 7,2% para 35,6%. Com isso, a associação espera agora que 2017 termine com exportação de 705 mil unidades, ante projeção anterior de 558 mil unidades.
Em relação ao mercado interno, no entanto, a estimativa foi mantida em alta de 4%, com a venda de 2,133 milhões de unidades. Para veículos leves, a previsão é de crescimento de 4% e, para os pesados, de 6,4%.
No caso da venda de veículos novos no Brasil, houve aumento de 3,7% no primeiro semestre deste ano em relação a igual período de 2016, para 1,019 milhão de unidades, informou a Anfavea.
Movimento semelhante ocorre na comparação mensal. A produção de veículos em junho cresceu 15,1% ante igual mês do ano passado, enquanto as exportações avançaram 40,9% no período. Em relação a maio deste ano, contudo, houve retração de 15,4% – sintoma de um desempenho ainda errático da indústria nacional diante de um cenário econômico e político instável. As exportações também caíram 9,3% na comparação entre maio e junho, para 66.059 veículos.
Na análise por segmento, contudo, houve retração apenas em veículos leves – as exportações de caminhões e ônibus subiram 9,9% e 21,8%, respectivamente. As vendas chegaram a 194,9 mil unidades em junho, alta de 13,5% em comparação com igual mês do ano passado, mas queda de 0,3% sobre o resultado de maio.