Após a escolha e compra do carro, começa outra corrida: encontrar um seguro que não atropele o orçamento. Proteger o automóvel contra furto e colisões é quase uma obrigação diante do trânsito caótico das grandes cidades e da escalada da violência no Rio Grande do Sul. O desafio de assumir outra parcela nas contas é maior em tempos de crise, quando a renda está baixa e nunca se sabe se haverá emprego amanhã.
– Muitos clientes começam a buscar informações sobre seguros mais baratos, que cobrem apenas roubo, por exemplo – percebe o corretor Jorge Jaeger, diretor da J. Jaeger Seguros.
A indústria não fica para trás e, para esse consumidor, tem formatado uma série de opções mais baratas, com coberturas parciais. O Itaú, por exemplo, oferece uma proteção exclusiva contra roubo ou furto, além de assistência mecânica e cobertura contra incêndio – deixa de fora a proteção contra colisão. A Tokio Marine também vende uma cobertura básica para furto, roubo e incêndio, com assistência 24 horas e instalação gratuita de um rastreador.
– Eles protegem do grande risco de Porto Alegre atualmente, que é o roubo. Em compensação, se o carro roubado for encontrado e estiver danificado, a conta do conserto será do cliente – alerta Jaeger.
Leia também:
VÍDEO: como transformar uma costela em carne nobre
Aplicações devem render menos até o final de ano; como proteger seu dinheiro
Tem solução para gastar menos nas refeições fora de casa; veja como
Em média, esses seguros populares custam de 25% a 35% menos do que os tradicionais, com serviço completo. Eles podem ser complementados com cobertura a danos de terceiros ou carro reserva, por exemplo, o que vai pesando sobre o preço. É preciso medir o custo-benefício de cada opção para saber qual realmente vale a pena.
Vice-Presidente do Sindicato das Empresas de Seguros Privados, Capitalização e de Resseguros no Estado (Sindsegrs), Rubens Oliboni afirma que essas modalidades de cobertura são relativamente novas, com poucos anos no mercado, fruto de uma demanda por opções mais acessíveis.
– As seguradoras têm feito parcerias com empresas de rastreamento, tornando essas coberturas mais populares, e até o final do ano deveremos ter mais opções no mercado gaúcho – aponta Oliboni.
Um outro tipo de cobertura, com toda uma regulação própria, também poderá chegar com força ao Rio Grande do Sul nos próximos meses: o Auto Popular. Já adotada em São Paulo, a modalidades permite que peças não originais ou usadas sejam aproveitadas no conserto de carros acidentados. Freios, suspensões, airbags e outros itens de segurança não entram na lista – têm de ser novos. A redução de preço em relação ao seguro tradicional deve ser de até 25%.
– Esperava-se que o Auto Popular tivesse preços ainda mais baixos do que os seguros tradicionais, na casa de 40%, mas existe uma oferta de peças ainda limitadas, que dependem do credenciamento das desmontadoras e da fiscalização dos Detrans, e essa logística leva tempo para ser formada – explica Oliboni.
SEIS ALERTAS
1 - Em geral, os seguros populares focados na proteção contra roubo também cobrem incêndio e prestam auxílio para emergências, como guincho e assistência para troca de pneus.
2 - Nas modalidades que cobrem apenas roubo, esteja ciente que, caso o automóvel seja roubado, danificado e depois encontrado, o conserto será responsabilidade do proprietário.
3 - Em um seguro Auto Popular, leve em conta: o carro receberá peças usadas, que, embora venham de desmanches legais, podem não ter a mesma qualidade de uma peça original.
4 - Nos seguros completos, além da assistência mecânica, proteção contra incêndio e roubos, há proteção contra colisão parcial e perda total, e danos a terceiros. O custo costuma ser de 25% a 35% mais alto do que o seguro parcial.
5 - Alternativas ao seguro contra roubo ou furto podem ser rastreadores veiculares, em que o automóvel é monitorado por uma empresa especializada.
6 - Para não gastar em demasia no seguro, o melhor caminho é adquirir um carro mais em conta, pensando, ainda, nos custos de IPVA e manutenção, em geral proporcionais ao custo do carro.