A indústria de Caxias do Sul teve redução de 49,8% do faturamento nos últimos dois anos. Em 2015, a queda foi de 28,9% e no ano passado a diminuição chegou a 20,9%. Os números foram divulgados na manhã desta quinta-feira pelo Sindicato das indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrica de Caxias do Sul (Simecs). A média história da receita da indústria caxiense chegou a R$ 24 bilhões –, entre 2010 e 2013, e no ano passado foi de apenas R$ 11,2 bilhões. A queda é de 53%.
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Na avaliação do consultor de planejamento econômico do Simecs, Rogério Gava, a queda na receita das indústrias é muito grave e trás conseqüências muito graves e nefastas.
– O desemprego é a pior delas (consequências) e afeta o varejo e o serviço.
O presidente do Simecs, Reomar Slaviero, também ressalta a preocupação com o desemprego. Segundo ele, desde 2011 mais de 21 mil vagas de trabalho foram fechadas na cidade.
– As empresas têm muita preocupação em manter os empregos apesar de toda a crise. De janeiro de 2011 para cá o faturamento das empresas teve uma queda de 54% e a diminuição dos postos de trabalho foi na ordem de 40% e houve uma manutenção dos empregos.
Slaviero diz que as empresas mantiveram seus funcionários por dois motivos: pelo otimismo na recuperação do setor e pela dificuldade de pagar os direitos trabalhistas. Para ele, caso não haja uma recuperação acentuada pode ocorrer mais demissões.
Gava ressalta a preocupação com o aumento do desemprego uma vez que há perspectivas que o desemprego chegue a 13% da população economicamente ativa.
– A gente não pode dizer que o emprego será retomado nesse ano. A maioria das empresas está no limite e se demitirem ainda mais não conseguirão produzir. Para recontratarem vai demorar mais um pouco.
Recuperação da confiança
Segundo o consultor de planejamento econômico do Simecs, os empresários e a sociedade precisam enxergar as medidas que estão sendo tomadas para haver uma retomada da confiança. Rogério Gava, diz que a repercussão positiva da operação Lava-Jato e os movimentos do governo federal com a diminuição dos gastos, do juro e o controle da inflação são medidas importantes.
– Perder a confiança é fácil, mas recuperar não. Saímos do tempo em que os números eram artificiais e maquiados. Estamos vivendo uma realidade. Tudo isso retoma a confiança do empresário. Estamos confiando, desconfiando, mas está melhor do que estava.