A turbulência na política e a perspectiva de queda na taxa de juros irão dar a tônica dos investimentos pessoais em 2017.
A maior parte dos economistas espera que o Banco Central (BC) continue reduzindo a Taxa Selic no ano que vem, e isso interfere diretamente em algumas das aplicações financeiras mais procuradas pelos brasileiros.
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Conforme o Boletim Focus, compilado pelo BC e que reúne as previsões do mercado financeiro, a Selic deve cair de 13,75% para menos de 10,5% ao ano, ao final de 2017. Com isso, um Certificado de Depósito Bancário (CDB) ou um fundo de renda fixa que pagaria a totalidade da Selic perderá ao menos três pontos percentuais no rendimento.
– Com a queda da taxa de juros, os CDBs, por exemplo, não conseguirão entregar um rendimento tão atraente se considerarmos o valor líquido, após o desconto do Imposto de Renda – pondera Alexandre Wolwacz, sócio do Grupo L&S, que atua na área de investimentos.
Ele afirma que a poupança, com rendimento fixo de 0,5% ao mês mais Taxa de Referência (TR), será menos interessante em relação a outras aplicações.
A boa notícia aos investidores é que a inflação oficial, que chegou a 10,67% no ano passado e poderá fechar 2016 em 6,5%, possivelmente voltará a se aproximar do centro da meta de 4,5% no próximo ano. Mesmo investimentos que não rendam na casa de dois dígitos poderão resguardar o poder de compra do dinheiro guardado, diante da alta de preços.
– As melhores alternativas serão investimentos pré-fixados (o juro é definido no momento da aplicação): como a Taxa Selic ainda está em 13,75% ao ano e a inflação segue relativamente alta, a remuneração dessas opções fica atrelada a valores mais elevados do que os que vêm adiante – aponta Guilherme Ribeiro de Macêdo, professor da Escola de Administração da UFRGS.
Sob o guarda-chuva dos pré-fixados, especialistas apontam como valiosos os títulos de tesouro ligados à atual Selic (também chamados de LTNs) e à inflação acrescidos de juros anuais (as NTN-Bs).
Fontes: Alexandre Wolwacz, sócio do Grupo L&S, Guilherme Ribeiro de Macêdo, professor de Escola de Administração da UFRGS, e Carlos Müller, analista da Geral Investimentos.