Com uma ponta de orgulho, moradores de Erechim, no norte do Rio Grande do Sul, costumavam dizer: a crise era a última a chegar e a primeira a se despedir do município de 100 mil habitantes, que, no passado, chegou a ostentar o título de capital do pleno emprego no Estado. A velha máxima ficou para trás.
– Infelizmente, a crise chegou e, dessa vez, parece que não quer ir embora – lamenta Claudionor Mores, presidente da Associação Comercial, Cultural e Industrial da cidade.
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Os sintomas se agravaram em 2015 e pioraram em 2016. Desde que as duas principais empresas locais entraram em recuperação judicial, em meados deste ano, o município passou a ser assombrado pelas demissões em massa. Só em setembro, quase 900 pessoas perderam postos de trabalho. Todas em um único dia.
A tempestade econômica que desabou sobre Erechim causou estragos Brasil afora, mas alguns lugares, por diferentes motivos, sentiram menos o baque ou conseguiram sair primeiro da crise – e até tiraram proveito dela. Foi o caso de Santa Rosa, com 70 mil residentes.
No município do Noroeste conhecido como "berço nacional da soja", a recessão bateu no ano passado, atingindo principalmente o setor de máquinas e implementos agrícolas, que vinha de um período de euforia. A queda nas vendas forçou a readequação do ritmo nas linhas de montagem e levou a indústria a cortar vagas, mas o mau tempo teve a duração de um temporal de verão. Graças à vocação para o agronegócio, aliada a resultados favoráveis no campo, ao bom momento da suinocultura e à aposta em novos nichos de mercado, Santa Rosa observa pelo espelho retrovisor as nuvens carregadas, e empresários voltam a investir, de olho nos benefícios do "pós-crise".
Nesta reportagem, conheça as histórias de quem luta para vencer as dificuldades e de quem já conseguiu superar os desafios. E entenda por que municípios de porte semelhante e origens comuns são afetados de forma diferente pelas oscilações da economia.
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