Como a coluna havia antecipado, o foco nas exportações, que aumentaram 78,4% de abril a junho (segundo trimestre), foi decisivo para a Marcopolo fechar o primeiro semestre com receita de R$1,048 bilhão. A assertividade da estratégia em mirar os negócios no Exterior ajudou a minimizar a crise no mercado doméstico. Mesmo assim, o resultado de janeiro a junho foi 18,9% inferior ao registrado no mesmo período de 2015 (R$ 1,293 bilhão).
Percebe-se que o tripé aumento da eficiência, redução de custos e ampliação do portfólio de clientes e a maior competitividade dos nossos produtos lá fora, em função do dólar ainda alto, ajudaram a companhia caxiense a obter uma melhora no desempenho do segundo trimestre de 2016 em relação ao mesmo período do ano anterior, com crescimento de 16,7% no lucro líquido (R$ 43,3 milhões, contra R$ 37,1 milhões de abril a junho). Ainda assim, no semestre, a empresa teve recuo de 27% no lucro líquido (R$ 52 milhões, contra R$ 71,2 milhões).
O destaque deve-se ao projeto Conquest, que persegue o aumento das exportações por intermédio do fortalecimento da atuação nos países tradicionais da América Latina e também da cobertura de novos mercados e clientes no Exterior.
Tanto que o crescimento dos embarques a partir do Brasil permitiu à Marcopolo revisar a meta interna de avanço da receita em dólar de exportações de carrocerias, que passou de 30% para 50% em relação a 2015. A notícia nada animadora é que no mercado brasileiro, porém, a demanda segue abaixo do âmbito normal, com retração de 41,9% nos negócios em relação ao primeiro semestre de 2015. A Marcopolo produziu 2.757 unidades, contra 4.966 no mesmo período de 2015.
O segmento de rodoviários segue sem perspectiva imediata de retomada. Já no filão de urbanos, a proximidade com as eleições municipais, os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, as licitações em andamento e os repasses pontuais de tarifas de ônibus em algumas cidades do país impulsionaram as vendas no segundo trimestre. No entanto, a pressão de custos e a concorrência por preço estão afetando a rentabilidade nesse segmento.
Com relação aos resultados alcançados nas empresas controladas no Exterior, a Marcopolo registrou queda de 8,6% nas receitas dessas operações no primeiro semestre do ano. Foram produzidas 704 unidades, contra 1.201 no primeiro semestre de 2015.