O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, negou na terça-feira que o governo tenha tomado uma decisão em relação à data de reajuste do salário mínimo no próximo ano. Ao sair de um evento de premiação, em Brasília, ele disse que houve apenas estudos de técnicos do Congresso Nacional em relação ao tema, sem que o governo tenha aceitado a sugestão de adiar por seis meses o aumento do salário mínimo em 2016 e o reajuste para os servidores federais.
Levy, no entanto, cobrou urgência na aprovação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
- Não tem plano do governo nesse sentido (de adiar o reajuste do mínimo). A ideia do governo é a gente dar atenção ao gasto. Tratar da reforma da Previdência e recriar a CPMF. O Brasil precisa de um Orçamento forte, robusto, que nos prepare para 2016 ser um ano de crescimento - afirmou.
Segundo o ministro, a área técnica do Congresso Nacional apenas elaborou cenários alternativos para conter os gastos públicos caso o Congresso atrase a aprovação do pacote de ajuste fiscal.
- Alguns técnicos do Legislativo apontaram alguns números. Só disso que tenho conhecimento. Não tem nada de mais. É um exercício aritmético, que adquire maior ressonância à medida que outras ações não avançaram no ritmo necessário - explicou.
Segundo reportagem publicada pelo jornal O Globo, o governo estuda postergar para junho o reajuste do salário mínimo, tradicionalmente feito em janeiro. O aumento dos servidores federais passaria de agosto para dezembro do próximo ano. Em setembro, a equipe econômica tinha adiado o reajuste salarial de 2016 de janeiro para agosto.
Levy também cobrou o engajamento do PT e dos partidos da base aliada em relação ao pacote de ajuste fiscal.
- É importante ter clareza. Temos de procurar meios. A base de apoio ao governo, incluindo o PT, tem que se mobilizar pelo Brasil. Não apenas pela Presidência, mas pelo Brasil - comentou.
De acordo com o ministro, as medidas de corte de gastos e a recriação da CPMF são essenciais para que o país volte a economizar para pagar os juros da dívida pública, tendo superávit primário a partir do próximo ano.
- Para a gente ter o (resultado) fiscal que o Brasil precisa, com o Orçamento e receita que o país precisa, para não surgirem outras ideias mais difíceis - declarou.
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