Ministério do Planejamento estima orçamento reduzido no próximo ano para parte programas sociais que serviram de vitrine durante a campanha da presidente Dilma Rousseff.
Para o economista Otto Nogami, professor do Inper (Insper Instituto de Ensino e Pesquisa), seria mais eficaz ao governo rever seu organograma em busca de redução de despesas. Mas ele reconhece que alguns programas devem passar por ajustes. Confira a entrevista.
"Fies e Pronatec precisam ser adequados", diz coordenador da Plataforma Social
"O governo deveria rever suas estruturas", diz economista do Insper
Reduzir investimentos em programas é o melhor caminho?
Cortar gastos, em tese, é simples, mas grande parte da despesa é vinculada, há impedimento para cortá-la. É estranho ver o governo cortando programas em detrimento de cortes estruturais da máquina. O governo deveria rever suas estruturas, como salários, e o organograma.
Sem força no Congresso, o ministro Joaquim Levy é pragmático ao cortar programas?
Não tem jeito, porque são exatamente as contas que o governo tem condições de mexer. Em vez de buscar a solução estrutural para acertar as contas que sobem, o governo opta por reduzir investimentos e por buscar receitas, como a CPMF. A política econômica é necessária na atual circunstância.
O Fies é exemplo de programa que extrapolou capacidade de financiamento?
O Fies é importante, mas não adianta canalizar o recurso para empresas sem agregar conhecimento ao beneficiado. Você gerou volume sem qualidade, gastou dinheiro à toa e beneficiou um grupo de empresários.
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Pronatec e Ciência Sem Fronteiras devem perder recursos. Os programas aprovaram?
Empresários dizem que contratar um egresso do Pronatec é a mesma coisa do que contratar alguém sem qualificação. Se você gasta dinheiro para nada, é melhor não gastar. O Ciência Sem Fronteira é importante, mas não agrega tanto conhecimento.
* Zero Hora