Com o centro das projeções do mercado financeiro encostando em queda de 3% para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, consolida-se o cenário da maior recessão em 25 anos. O que antes era a posição dos mais pessimistas virou consenso. Mas o que ocorreu? O humor piorou ou os dados autorizam essa perspectiva?
Para verificar quanto o mercado costuma se descolar do resultado real, a coluna comparou apostas do Boletim Focus da mesma época (meados de outubro) e o que foi registrado pelo IBGE no devido tempo. A constatação é que há descolamento entre expectativa e realidade para o bem e para o mal.
Nos últimos 10 anos, em quatro a mediana foi otimista, e, em cinco, pior do que a prevista. Em 2010, o de maior crescimento recente, o acerto foi quase em cheio. Um sinal preocupante é o de que os analistas costumam ser mais positivos em anos difíceis como este 2015.
O maior tombo da economia anterior foi em 1990, com 4,35% de queda. A dúvida é se, nas 10 semanas que restam para terminar o ano – portanto 10 rodadas de projeções do relatório do Banco Central –, o quadro pode piorar muito. Considerando que a situação menos tolerada é a da incerteza, possibilidade existe. A questão é como lidar com tanta insegurança.