O Banco do Brasil anunciou nesta quarta-feira que antecipará a fornecedores da cadeia automotiva R$ 3,1 bilhões até o final deste ano no âmbito do protocolo firmado com o segmento e que contempla 26 empresas. Além disso, a instituição anunciou que, a partir da ampliação de acordos do gênero, pretende alcançar 500 empresas com desembolso de aproximadamente R$ 9 bilhões de diversos setores produtivos como cooperativas, incorporadoras e grandes empresas exportadoras.
No setor automotivo, o protocolo conta com o empenho da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) e do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) na intermediação de acordos de cooperação financeira e comercial entre o BB e associadas.
Segundo o banco, o risco de crédito dessas operações de antecipação de recursos são reduzidos por meio de compromissos assumidos pelas empresas âncoras, permitindo que as condições e taxas para empresas do início da cadeia produtiva tenham vantagens semelhantes.
O BB anunciou ainda que vai lançar um modelo de relacionamento com revendas de máquinas, equipamentos agrícolas e caminhões. Com apoio da Anfavea e da Fenabrave, a meta do banco é cadastrar até o final deste ano mais de mil revendas. No piloto, o prazo de liberação de financiamentos reduziu de 67 para 14 dias.
Caixa também firma acordo
Nesta terça-feira, a Caixa Econômica Federal também firmou convênio com a Anfavea, o Sindipeças e a Fenabrave para apoiar o setor automotivo. A expectativa do banco é liberar aproximadamente R$ 5 bilhões até o final de 2015 em linhas de capital de giro e de investimento com juros mais baixos e prazos maiores às empresas do segmento.
Novamente, o governo recorre aos bancos públicos para impulsionar a economia. Desta vez, porém, a oferta está centrada nos fabricantes, ou seja, na cadeia produtiva, e não nos consumidores.
Após o excesso de oferta em 2010, alguns bancos passaram a restringir a liberação de recursos para a compra de veículos em meio ao estrago que as linhas sem entrada e de 90 meses geraram nos calotes. As condições hoje são muito mais rigorosas, incluindo maior entrada e menor prazo. Ao final de junho, o BB somava carteira de crédito a veículos (pessoa física) de R$ 31,9 bilhões, cifra 1,3% menor ante março e 3,9% inferior na comparação anual.
O banco que mais tem restringido o crédito para a compra de veículos é o Itaú. A instituição, que chegou a ter uma carteira de R$ 60 bilhões no passado, encerrou junho com montante de R$ 23,8 bilhões, volume 9,7% menor ante março e recuo de 30,2% em um ano.
No Bradesco, as quedas foram de 3,3% e 8,2%, respectivamente, para R$ 23,2 bilhões. Apesar disso, firmou, em julho, acordo com a FCA Fiat Chrysler Automóveis Brasil (FCA Brasil) e o banco Fidis para ter exclusividade em financiamentos de marcas da fabricante e espera ter uma carteira de R$ 2 bilhões em dois anos. A instituição dará crédito para vendas das marcas Jeep, Chrysler, Dodge e RAM por 10 anos.
O Santander, por sua vez, acompanha seus pares privados e reduziu sua carteira de crédito a veículos em 4,1% em 12 meses, e de 3,2% no segundo trimestre ante o primeiro, para R$ 32,039 bilhões.