Enquanto acompanha, em suspense, se os cortes do orçamento da União vão preservar ou não investimentos previstos em R$ 460 milhões para dragagem de manutenção e modernização da área pública, o Porto de Rio Grande tomou um decisão contra a maré.
Autorizado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) a reajustar as tarifas em 29%, decidiu manter os valores cobrados, sem alteração, desde 1998. Ao menos até o início do próximo ano, quando começa a aplicar o reajuste em etapas.
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Outros portos adotaram novas tabelas ainda no início deste mês. É o caso de Santos, que aumentou 31,7% de forma linear a partir do dia 8. O mais recente reajuste por lá havia ocorrido em 2005. Em Rio Grande, elevações de tarifas vinham sendo barradas pela Antaq, explica o superintendente do porto, Janir Branco, porque os pagamentos vão para o caixa único do Estado. O complexo é uma concessão federal, mas é administrado por uma autarquia estadual.
Para tomar a decisão, a superintendência e a Secretaria dos Transportes e Mobilidade levaram em conta dois raciocínios: não elevar custos para as empresas que usam a estrutura nesse momento de crise e, também, aumentar sua competitividade. Com tarifas mais altas em outros terminais marítimos, sempre aumenta a possibilidade de disputar mercado de carga com os concorrentes.