Não se pode duvidar que os ganhos acumulados pelas ações da Petrobras nos últimos dias sejam devolvidos caso o balanço auditado, que deverá ser divulgado no dia 22, não venha em linha com as expectativas. Parte dessa alta é natural, mas os sinais dados pela nova gestão da estatal soam como música para os investidores.
Nesta segunda-feira, a "boa notícia" foi o estudo da venda da participação da Petrobras na Braskem. Está entre aspas porque está cercada de condicionantes. Com a alta desta segunda, que chegou a passar de 6% pela manhã, a ação da Petrobras recuperou cerca de 50% em 30 dias. E as da companhia petroquímica que é dona do polo de Triunfo murcharam um pouco mais.
A venda da participação na Braskem não é simples. Há grandes players que poderiam abocanhar a fatia, pondera João Luiz Zuñeda, especialista em petroquímica. Dado o tamanho do negócio, o mais provável seria que as candidatas sejam majors integradas, como Exxon Mobil, Sabic ou Reliance.
Em valor de mercado, a fatia da Petrobras na Braskem estaria por volta de R$ 3 bilhões. Mas como destaca Zuñeda, o valor final será um multiplicador da geração de caixa da empresa (indicador conhecido como Ebitda). E para que seja bom para a Petrobras, exigiria que o ativo estivesse valorizado, com a questão do custo do suprimento de nafta resolvida.