Não é mera coincidência o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ter escolhido uma plateia em Nova York para a primeira conversa mais estruturada sobre o novo plano de concessões do governo federal. Embora ainda com poucos detalhes, o programa a ser apresentado em maio deverá ter maior participação do mercado de capitais, em um momento em que os investidores tentam superar a desconfiança em relação ao Brasil.
Para que o plano fosse atrativo, era fundamental manter o Brasil com avaliação de risco em grau de investimento, ou seja, ainda dentro do grupo apelidado de "clube dos bons pagadores". Seria pouco efetivo oferecer oportunidades de investimento em um país que tivesse sido rebaixado para o time que é conhecido como detentor de papéis podres. A expressão é forte - era o que o Brasil tinha a oferecer até 2007, quando sua dívida pública mudou de status -, mas é como, em linguagem simples, o mercado internacional vê os países com títulos enquadrados no chamado grau especulativo.
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Ou seja, para isso, por sua vez, era necessário dar sinais eloquentes de que o ajuste fiscal poderá chegar a bom termo. Especialistas discutem se há ou não condições políticas e financeiras para alcançar a meta de Levy, de 1,2% do PIB de "sobra de caixa", mas as agências de avaliação deram um voto de confiança ao Brasil.
E com as grandes empreiteiras do país em momento de fragilidade, a alternativa será apelar a investidores externos. Não é garantia de nada, a não ser de maior capacidade de endividamento e mais solidez. Está chegando a hora de checar se os grandes grupos internacionais vão chancelar a nota das agências.
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