Dois importantes setores da economia gaúcha vivem dias de antípodas. Nesta quinta-feira, as ações da Marcopolo decolaram 12% na bolsa. Foi resultado da publicação da minuta da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que regulamenta autorização - em vez de concessão e permissão - de linhas internacionais e interestaduais. A coluna alcançou José Antônio Fernandes Martins, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus), decolando de Brasília. Previu, feliz da vida, venda de 2,5 mil ônibus por quatro anos:
- É ótimo para a indústria, resultado de três anos de trabalho.
Na segunda-feira, Martins é um dos anfitriões do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). Vai cobrar revisão da des-desoneração, a exemplo da correção da tabela do IR.
E se a turma das máquinas está aliviada, a dos plásticos segue inquieta. Aliados e adversários da Braskem veem a inclusão no escândalo da Lava-Jato como ameaça real à petroquímica brasileira. Com custos altos e margens baixas, pode migrar para mercados menos desafiadores. Nesta quinta-feira, suas ações caíram mais 6%. E antes de pensar no longo prazo, a empresa tem um desafio imediato: a defesa das acusações - até agora sem prova, não custa lembrar - de Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa. O executivo Alexandrino de Alencar, que ainda frequenta o meio empresarial gaúcho, evita entrevistas. Mas diz a interlocutores que está tranquilo.