Integrantes do Ministério dos Transportes e representantes de caminhoneiros autônomos devem reunir-se no próximo dia 26, em Brasília, para a apresentação de propostas que podem pôr fim à recente onda de protestos levada a cabo pelos motoristas. Depois de quase duas semanas de paralisação, quando bloquearam rodovias em várias partes do país, os transportadores de carga interromperam o movimento no último dia 3.
Conforme Ivar Schmitt, um dos líderes da paralisação, os caminhoneiros deram ao governo um prazo para a elaboração de propostas às suas principais exigências: a redução no preço do óleo diesel e o estabelecimento de uma tabela de preços mínimos para os fretes rodoviários. Até o dia 26, três grupos mistos - incluindo profissionais autônomos, membros de sindicatos e associações da categoria, além de representantes do governo - trabalham na elaboração de propostas de regulamentação para legislações que atingem o dia-a-dia dos profissionais, como as leis do Pedágio e da Estadia. Também buscam soluções capazes de agradar a todos os agentes do setor em questões ligadas a crédito, isenções e carências em financiamentos.
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- Hoje, 95% das empresas são pequenas. Os 5% das grandes mandam no mercado, porque têm condições de oferecer seguro de carga. As pequenas não têm acesso a isso. Como as empresas que embarcam querem o seguro das cargas, acabam optando pelas grandes - explica Schmitt.
Um dos líderes das paralisações organizadas via Whatsapp no Estado, o autônomo Odi Antônio Vani, de Palmeira das Missões, afirma que, diante do pedido de tempo pedido pelo governo para o estudo de alternativas às dificuldades enfrentadas pela categoria, a possibilidade de novas paralisações, por ora, está descartada. Entretanto, adianta que novas mobilizações podem ocorrer, caso as propostas do governo não agradem aos transportadores.
- A presidente (Dilma Rousseff) pediu prazo. Acho que temos de dar esse prazo. Mas, se no dia 26 ela não vier com alguma coisa concreta, não tenho dúvida de que no dia 27 é greve - garante.
As quase duas semanas de protestos, terminados em 3 de março, causaram transtornos em várias cidades gaúchas. Com dificuldade para receber alimentos, combustíveis e medicamentos, municípios de diferentes regiões chegaram a suspender serviços básicos. Em pelo menos 60 cidades, as aulas da rede pública foram interrompidas devido à falta de combustíveis. Em outras localidades, o recolhimento do lixo acabou restrito, também em razão da falta de combustíveis.