Foi um capítulo de novela a reunião das presidentes da República, Dilma Rousseff, e da Petrobras, Graça Foster, acompanhada em cada cena. Teria feito melhor à velha amizade das duas que tudo tivesse terminado ali, depois de tanto desgaste à credibilidade de ambas. Mas o desfecho só deve vir depois do Carnaval.
Na semana passada, até os cabos de ancoragem das plataformas perceberam que a situação de Graça era insustentável, depois da atropelada divulgação do balanço do terceiro trimestre de 2014. Agora, a tarefa é encontrar um substituto que mantenha a animação do mercado.
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Com a alta de 15,47% nesta terça-feira, as ações da estatal zeraram as perdas do mês. Ao menos na visão dos investidores, tudo segue igual, como se não tivesse havido projeção de perdas de R$ 88 bilhões nem dois rebaixamentos de nota de agências de avaliação de risco. Mas é bom lembrar que uma das máximas da bolsa é "subir no boato e cair no fato".
Difícil será convencer o escolhido a aceitar. Um interlocutor do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, primeiro a ser cogitado, pondera que, para aceitar, ele exigiria total autonomia, como tinha com o ex-presidente Lula. E ainda alguma garantia de que não seria alvo, como pessoa física, de processos de investidores nos Estados Unidos.
Para Dilma, aceitar Roger Agnelli pode ser difícil, embora o desgaste que o afastou da Vale tenha tido Lula como principal antagonista. E a simples menção de Rodolfo Landim entre os candidatos causa espanto em quem acompanha os bastidores da indústria do petróleo no Brasil.
Landim foi presidente da OGX, a empresa de exploração e produção de petróleo de Eike Batista que, durante sua gestão, deslizou de grande promessa para desastre iminente - confirmado depois de sua saída. Se o que separava a Petrobras da OGX era o fato de a estatal ter atividades reais, diferente da venda de sonhos de Eike, ter um gestor em comum só contribuiria para estreitar a comparação.