Depois do polo de Charqueadas, a ameaça a grandes projetos de construção naval no Estado atracou em Rio Grande. A QGI (ex-Quip) notificou a Petrobras que não é possível cumprir os contratos em vigor para montar e integrar os módulos de duas plataformas - P-75 e P-77. Ambas deveriam entrar em operação entre 2016 e 2017, nos projetos da chamada "área de cessão onerosa" - que teve direito de exploração transferido diretamente da União à Petrobras.
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A empresa já havia dado início à encomenda, até comprando equipamento, mas adia a contratação de cerca de 4 mil trabalhadores para a empreitada há pelo menos seis meses.
O problema é que, apesar de a estatal afirmar que mantém os projetos em andamento, tem rejeitado sem exceções pedidos de aditivos contratuais. Usados para inflar artificialmente o custo de construções como a refinaria Abreu e Lima, aditivos são considerados usuais no tipo de encomenda de Rio Grande, em que o orçamento é baseado em um projeto básico e acaba exigindo adequações.
O valor é de cerca de US$ 1,6 bilhão.
A QGI não comenta o episódio, e pessoas próximas do processo avaliam que o movimento pode ser pressão para liberar recursos, mas a empresa está aceitando o risco de ficar sem um contrato bilionário.