Em relatório divulgado nesta terça-feira, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que o corte de energia que afetou pelo menos 11 Estados e o Distrito Federal na segunda-feira ocorreu a partir das 14h50min. Dezoito minutos antes, às 14h32min, o consumo de energia havia atingido o pico de 51.596 megawatts (MW) nas regiões Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste. O recorde anterior foi registrado uma semana atrás, com demanda de 51.295 MW em 13 de janeiro.
A partir das 14h50min, ocorreu a perda de geração de usinas da ordem de 2.600 MW, de acordo com o ONS. A queda no abastecimento mexeu com a frequência elétrica, o que teria desestabilizado o sistema. Essa interrupção ainda não foi detalhada pelo órgão gestor, o que deve ser feito durante reunião com empresas de geração, transmissão e distribuição na tarde desta terça-feira no Rio de Janeiro.
Para ministro, não houve falta de energia, e sim falha técnica
O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse nesta terça-feira que não houve falta de geração de energia no país na segunda-feira, mas uma falha técnica.
Segundo ele, um problema na linha de transmissão que leva energia do Norte para as regiões Sul e Sudeste do país resultou em descasamento entre a demanda e a geração, o que provocou uma variação de frequência e obrigou o desligamento de cargas e de usinas.
- O nosso sistema é robusto, pode haver falha técnica e humana, precisamos apurar. O que aconteceu foi uma falha aparentemente técnica na rede Norte-Sul, que acabou acarretando o desligamento por prevenção - explicou.
Na tarde de segunda-feira, restrições na transferência de energia das regiões Norte e Nordeste para o Sudeste, aliadas à elevação da demanda no horário de pico, provocaram a redução na frequência elétrica, de acordo com o ONS. Com isso, regiões de vários Estados ficaram sem energia durante cerca de uma hora.
Braga informou que até 18 de fevereiro a Petrobras retomará a geração de 867 megawatts de energia térmica de uma usina inoperante para manutenção preventiva. Segundo ele, providências estão sendo tomadas, inclusive com relação à geração de energia adicional de Itaipu, para reforçar o sistema, até que os problemas na linha Norte-Sul sejam superados.
- Esperamos, com as novas unidades e manobras que o ONS adotou, continuar oferecendo com tranquilidade energia à população - disse.