Insatisfeito com o baixo crescimento do Brasil nos últimos anos, o empresário Jorge Gerdau Johannpeter pregou nesta terça-feira, em palestra no 27º Fórum da Liberdade, que o Brasil trilhe o caminho de aumentar a poupança para elevar o nível de investimentos. Segundo ele, com esta receita associada ao aperfeiçoamento da gestão pública, traçando metas de longo prazo sobre onde o país quer chegar, será possível melhorar a competividade do país e ao mesmo tempo prestar à população melhores serviços nas áreas de saúde, educação, segurança, mobilidade urbana e logística.
- Crescimento passa pelo índice de poupança. Quem tem poupança abaixo de 20% do PIB não cresce mais de 2% ao ano. E o Brasil tem em torno de 16%. Precisamos de competitividade e estamos estagnados - disse Gerdau, lembrando que nações como a China tem uma poupança de quase metade do PIB, enquanto na Índia e na maioria dos países da América Latina gira em torno de 25%.
Uma das áreas e que o Brasil tem o maior passivo, afirma Gerdau, é o da infraestrutura. Enquanto nos EUA o custo logístico em relação ao PIB é de apenas 6,5%, no Brasil seria de 15%. No Estado, ainda maior, chegando a 17,8%.
- É um buraco de R$ 600 bilhões - calculou o empresário, referindo-se ao volume necessário de investimentos em estradas, rodovias, aeroportos e portos.
Embora tenha poupado de críticas mais duras o governo federal, onde contribui à frente da Câmara de Gestão, Desempenho e Competitividade, Gerdau mostrou contrariedade com a preferência brasileira em acordos comerciais e preferência ao Mercosul, enquanto os países do continente da região do pacíficos fazem acordos bilaterais com Estados Unidos e Europa. O número de ministérios, 39 no total, também dificulta a governança, avaliou o empresário, - Ontem (segunda-feira) o Aécio (Neves, senador e presidente do PSDB) me perguntou quantos seriam necessários. Disse que uns seis.
Apesar da lista de entraves, o empresário encerrou com uma frase otimista.
- Com todo este choro e reclamação que faço, ainda não achei lugar melhor para trabalhar e in vestir do que o Brasil.