O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, reconheceu, nesta sexta-feira, que há um risco mínimo de desabastecimento de energia no país, caso as condições climáticas sejam "absolutamente adversas". Na semana passada, após o apagão que atingiu vários Estados, Lobão havia dito que esse risco era "zero".
- É claro que há taxa mínima de risco, se as condições forem absolutamente adversas, se não vierem chuvas - afirmou. - Nós não contamos com esse quadro. Ora, se eu não estou contando com um quadro absolutamente adverso, eu tenho que entender que o risco praticamente não existe.
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Lobão disse ainda que o sistema conta com uma sobra de energia para garantir o suprimento em momentos de dificuldade como o atual.
- Portanto, estamos com a normalidade do processo, e não com a anormalidade. Eu não prestigio o risco mínimo ante a probabilidade máxima de não acontecer nada.
Segundo ele, porém, se o país quiser ter a sua disposição uma folga ainda maior, o consumidor terá que pagar por isso. Lobão afirmou que o país tem hoje 126 mil MW de capacidade instalada.
- Temos energia na quantidade necessária e devida - afirmou. -Se quisermos ter uma sobra de energia para garantir uma segurança ainda maior que a que temos hoje, que é sólida, teremos que pagar por isso disse. -Quanto isso custará ao consumidor? - questionou.
Para o ministro, o sistema elétrico brasileiro tem equilíbrio estrutural entre oferta e demanda, mas está sujeito a acidentes e incidentes que interrompem o fornecimento de energia. Ele afirmou que há diferença entre desabastecimento e apagões como o do último dia 4 de fevereiro.
- Apagão é uma coisa, desabastecimento é outra. Desabastecimento é o que esperamos que jamais ocorra no país - afirmou. - É claro que todo sistema está sujeito às dificuldades que existem.