Rebatendo as acusações de que foi o país que mais medidas contra importados adotou no mundo em 2013, o Brasil insiste que a Organização Mundial do Comércio (OMC) precisa passar a avaliar não apenas barreiras implementadas nas fronteiras, mas também as ajudas financeiras que países ricos dão a determinados setores de suas economias e que acabam distorcendo o mercado internacional.
Na segunda-feira, a OMC se reuniu para tratar do protecionismo no mundo em 2013. Aos delegados dos mais de 150 países, a entidade apresentou um informe em que mostrava que o Brasil foi o país que mais iniciou investigações antidumping, com 39 casos e seguido por Índia e EUA.
Marcos Galvão, embaixador brasileiro na OMC, usou o encontro desta segunda para dizer que o Brasil havia sido também o país que mais medidas adotou em 2013 para facilitar o comércio no mundo. Segundo ele, isso incluiu a redução de tarifas para 3,1 mil produtos. No total, foram 25 medidas que representam facilidades às importações e fluxos de produtos estrangeiros.
Mudança
O governo também insistiu em que a forma pela qual a OMC avalia o protecionismo no mundo precisava passar por uma mudança, um ponto também defendido pela Argentina. Para o Itamaraty, o informe precisa incluir informações sobre os pacotes de resgate que as economias ricas lançaram nos últimos anos. Isso, na avaliação de Brasília, daria uma imagem mais realista do que foi a ação de governos em termos de protecionismo.
O diretor-geral da OMC, o brasileiro Roberto Azevêdo, já deu início a uma reavaliação da forma pela qual o protecionismo é medido pela entidade. Brasília também quer que os subsídios dados por países ricos a seus agricultores sejam de forma mais transparente colocados em evidência nos informes realizados pela OMC. Essa seria outra forma de reequilibrar as eventuais críticas que o informe possa fazer aos países emergentes.