Foi um tombo e tanto. De ninguém botar defeito. A queda drástica da confiança do empresário brasileiro veio na esteira do raquítico desempenho da economia ao longo do ano passado. O recuo foi de 38 pontos percentuais, apurado pela Grant Thornton no final do ano, que deixou o Brasil na 32ª posição mundial, 10 menos do que no terceiro trimestre. A consultoria, que qualificou a desconfiança local como a maior entre as economias, pesquisa 12,5 mil empresas em 44 países.
Mas o desânimo de agora não é lá grande surpresa para quem acompanhou o desce, desce do Brasil ao longo do ano passado. No início de 2013, por exemplo, o governo ainda falava em crescimento de 4%, 4,5%, índices que foram caindo ao longo dos meses e, agora, conforme o último Relatório Focus, não deve ter ultrapassado 2,28%. Situação de declínio bem evidenciada neste estudo. Afinal, no primeiro trimestre de 2013, o empresário brasileiro tinha um índice de 48% de otimismo, acima da média global de 27%.
E, o pior, não existe lá grande mudança à vista - para este ano, o Focus espera alta ainda menor da economia: 1,95%. Aliás, é justamente desafiador o conceito da avaliação da Grant Thornton sobre as perspectivas das companhias nos países dos Brics, enquanto dos negócios nos desenvolvidos virá o impulso para o crescimento global.
A poucos meses da bola rolando, lamenta o estudo, o Brasil ainda não conseguiu tirar proveito dos grandes eventos, como Copa do Mundo e Olimpíada. Um prejuízo que pode tomar vulto se levarmos em conta que a demora das obras nos estádios virou manchete negativa mundial.