As informações divulgadas pelo ex-consultor da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) Edward Snowden colocaram uma pulga atrás da orelha de internautas, empresários e até governos. Desde a interceptação de e-mails e invasão de perfis das redes sociais até o recente escândalo envolvendo a Petrobras, o esquema de espionagem escancarado pelas declarações do analista parece ser obra da ficção dos cinemas.
Confira alguns filmes em que o tema é abordado:
A Rede (1995)
A internet ainda engatinhava, mas a personagem de Sandra Bullock, Angela Bennett, já vive uma analista de software, especialista em corrigir programas. Ela recebe um disquete com segredos estratégicos do governo. Para destruir sua credibilidade, os responsáveis alteram dados em rede. Angela descobre que sua carteira de motorista, suas contas bancárias e seus cartões de crédito foram apagados. Em troca, foi criada uma falsa extensa ficha criminal em seu nome. A questão do risco do acesso, da invasão e da alteração de dados - segundo Snowden, a NSA pode fazer isso sem deixar rastro - nasce quase junto com a internet.
O Inimigo do Estado (1998)
Não por acaso com a NSA como vilã da história, responsável pelo assassinato de um congressista americano que luta de forma radical contra uma lei que, em nome da segurança nacional, permite total invasão de privacidade, tornando legal que qualquer pessoa possa ser monitorada pelo governo - muito semelhante ao Patriot Act, adotado no governo Bush depois dos atentados de 11 de setembro de 2001. O personagem de Will Smith, Robert Clayton Dean, recebe acidentalmente uma gravação do crime. Torna-se alvo de escutas, vigilância por sistemas de vídeo, perde o emprego e seus cartões de crédito são cancelados. É um dos mais acabados casos em que a arte prediz a vida - caso as acusações de Snowden sejam precisas.
Skyfall (2012)
Todo o filme é marcado pelo bom e mau uso da tecnologia. O novo Q, cientista que costumava preparar canetas explosivas e relógios assassinos de 007, agora é um garoto nerd. O vilão interpretado por Javier Bardem prepara uma explosão controlada pela internet e pirateia os dados mais secretos da inteligência britânica. O invasor, neste caso, não é o poder do Estado, mas em cenas de James Bond com o novo Q, o jovem explica ao experiente espião que pode entrar no sistemas codificados do vilão por um motivo simples: foi ele que os inventou. O poder de Raoul Silva, personagem de Bardem, também vem de uma ilha em que concentra potentes servidores - o que se tornou brincadeira entre os nerds de verdade, já que a localização isolada facilita a identificação e dificulta a conexão à banda larga.