A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) anunciou nesta quarta-feira ter habilitado 36 projetos dos 68 inscritos para o primeiro leilão de energia do ano, previsto para ser realizado na próxima sexta-feira, dia 29 de agosto. A oferta de energia gerada em usinas térmicas movidas a carvão representa o maior volume que será vendido no leilão. Serão 1.840 megawatts (MW) em 3 projetos, de um total de 3.535 MW habilitados. Duas das três térmicas são do Rio Grande do Sul. Um dos empreendimentos é a usina Seival, em Candiota, e o outro é a CTSul, programada para ser construída em Cachoeira do Sul. Apesar de habilitada, a CTSul não pretende mais concorrer.
Enquanto espera o resultado do leilão, o setor se reúne entre esta quinta-feira e sábado em Gramado no 4º Congresso Brasileiro de Carvão Mineral. Um dos principais pontos do evento deve ser a a apresentação, nesta quinta, de uma proposta de política industrial a ser discutida no próximo mês ao governo federal. Uma das ideias é a criação de um polo carboquímico no Rio Grande do Sul. O assunto já foi analisado semana passada com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), revela o presidente da Associação Brasileira de Carvão Mineral (ABCM), Fernando Zancan.
O modelo seria semelhante ao que criou o polo petroquímico de Triunfo. O Estado tem 89% das reservas de carvão do Brasil. A âncora do projeto seria uma unidade de gaseificação do carvão. A partir disso, o carvão em gás poderia produzir metanol e depois dimetil éter, que pode ser usado como combustível. Em outra rota, seria possível produzir fertilizantes.
- Não estamos inventando moda. Isso está sendo feito na China - diz Zancan.