Percebi que tinha sucumbido ao vício em Candy Crush há alguns dias, quando chegou a fatura do cartão de crédito. R$ 80 tinham sido gastos comprando jogadas extras, vidas e bombas de cor, artifícios que ajudam a passar de nível e ir seguindo no jogo. Me senti envergonhada. Justo eu, que nunca gostei de vídeo game, que nunca tive a tal fazendinha do Facebook e nunca na vida joguei Angry Birds.
Subestimei o joguinho. Baixei no tablet por curiosidade, para entender do que é que as amigas tanto falavam. Foi um "vamos ver qual é a dessa coisa" e nunca mais larguei. Nos tais encontros com as gurias, agora, sou eu quem dá dicas de como passar de nível e indica sites com macetes de jogo.
Creio que fui cativada pelo visual colorido e lúdico do Candy Crush - mais ou menos o menos o que faz uma criança curtir um DVD da Galinha Pintadinha, eu sei. Mas também curto o fato do jogo misturar níveis facinhos com outros complicados, estratégia bolada pelos criadores para hipnotizar o jogador e não deixar que desista por achar tudo muito complicado (comigo deu certo).
O sinal vermelho do Candy Crush é a facilidade de comprar extras para seguir em frente. No meu tablet e no celular o jogo fica automaticamente conectado com a Apple Store, por isso com dois cliques consigo comprar vidas. São baratinhas (média de US$ 0,99), mas de dólar em dólar o jogo enche o papo. Fiz as contas: no último mês, na adrenalina de quebrar gelatinas, fiz cerca de 30 compras sem nem perceber. Depois de amargar o pagamento da fatura do cartão, estou convencida a não comprar mais nada e só passar de nível contando com minhas habilidades. Estou no 70 e poucos e, agora, sem ajuda paga, até descobri que sou melhor do que imaginava na lida com os docinhos.
Candy Crush vicia, mas é um bom aliado para desestressar depois de um dia puxado de trabalho. Só não vale se afundar em compras e perder o saldo de vista. Fazendo isso o estresse volta e bate à porta no começo do mês seguinte travestido de conta para pagar.