O G-20 defendeu nesta sexta-feira que seja adotada uma norma internacional para compartilhar as informações financeiras entre os países, com o objetivo de acabar com o sigilo bancário e pediu mais esforços para impulsionar a recuperação da economia. "Pedimos a todas as jurisdições que avancem na troca automática de informação" bancária, para que isso se transforme num "padrão", disseram em um comunicado os ministros das Finanças das maiores economias mundiais reunidos em Washington.
Atualmente, se dois países contam com um acordo fiscal comum, são necessários dados detalhados como o nome da pessoa, empresa ou da instituição bancária, para solicitar informações sobre os suspeitos de evasão fiscal. Os Estados Unidos, com o respaldo de vários países europeus, incluindo Alemanha, França e Grã-Bretanha, efetuaram um pedido na semana passada para aprovar um sistema automático para obrigar os bancos a informar os países membros quando receberem depósitos do Exterior.
- A China apresentou resistência e atrasou as negociações - disse à AFP uma fonte próxima às negociações que pediu anonimato.
A fonte afirmou que os avanços das conversas não afetam, no momento, os países desenvolvidos.
"Resta atualmente muito pouco a fazer para combater os problemas da otimização contábil e da evasão fiscal internacional, especialmente com os paraísos fiscais", disse o comunicado. Em relação à saúde da economia mundial, o grupo afirmou que conseguiu evitar os riscos mais importantes, mas que a recuperação continua sendo desigual, o que reforçou os temores do Fundo Monetário Internacional de que o crescimento global avance em diferentes velocidades.
Enquanto o ministro francês de Finanças, Pierre Moscovivi, pediu para não continuar acrescentando austeridade à recessão, seu colega alemão, Wolfgang Schäuble, manteve sua posição a favor da ortodoxia fiscal.
- A redução dos déficits na zona do euro deve continuar. Os europeus se encaminham para resolver seus problemas, mas leva tempo até de que o crescimento seja retomado - acrescentou.