As taxas de juros nas operações de crédito tiveram alta em novembro ante outubro, tanto para pessoa física quanto para pessoa jurídica, aponta a Pesquisa Mensal de Juros da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Essa alta interrompe sequência de quatro reduções consecutivas, sendo que neste ano foram registradas oito quedas.
A taxa de juros média geral para pessoa física apresentou elevação de 0,13 ponto porcentual em novembro, o que corresponde a uma alta de 2,36% no mês, passando de 5,50% mensal - 90,12% ao ano - em outubro, para 5,63% ao mês - 92,95% ao ano - em novembro.
De acordo com a pesquisa, das seis linhas de crédito pesquisadas, apenas o cartão de crédito rotativo manteve inalterada a sua taxa de juros, em 9,37% ao mês - 192,94% ao ano. Os outros cinco indicadores tiveram alta: juros do comércio, elevação de 4,88%, passando de 4,10% para 4,30% mensais; cheque especial, alta de 2,19%, de 7,75% para 7,92%; CDC - financiamento de automóveis, alta de 10,07%, de 1,49% para 1,64%; empréstimo pessoal de bancos, elevação de 3,97%, de 3,02% para 3,14%; e empréstimo pessoal de financeiras, alta de 2,49%, de 7,24% para 7,42%.
Já os empréstimos para pessoa jurídica tiveram alta nas três linhas de crédito pesquisadas pela Anefac, com uma elevação de 0,12 ponto porcentual no mês, o que corresponde a uma elevação de 3,79% no período, passando de 3,17% ao mês - 45,43% ao ano - em outubro para 3,29% ao mês - 47,47% ao ano - em novembro.
Dos três indicadores analisados, o capital de giro teve uma elevação de 4,55% em novembro, passando 1,54% para 1,61%; o desconto de duplicata teve elevação de 7,17%, de 2,23% para 2,39% e a conta garantida aumentou 2,44%, de 5,73% para 5,87%.
De acordo com o coordenador de Estudos Econômicos da entidade, Miguel José Ribeiro de Oliveira, não há explicação para esse aumento. "A taxa básica de juros (Selic) e a inadimplência se mantiveram inalteradas neste período", avaliou. "Nossa expectativa era de que as taxas de juros das operações de crédito fossem reduzidas no mês de novembro, mesmo com a manutenção da Selic por conta da maior competição das instituições financeiras após os bancos públicos reduzirem suas taxas de juros", emendou.
A expectativa de Oliveira é que as taxas de juros voltem a ser reduzidas nos próximos meses devido à melhora da economia e maior competição no sistema financeiro após os bancos públicos promoverem reduções nas taxas de juros. "A tendência é de redução dos índices de inadimplência nos próximos meses", finalizou.
Menos crédito em novembro
O número de brasileiros que buscaram crédito caiu 7,6% em novembro ante outubro, sem ajuste sazonal, informou a Serasa Experian, nesta terça-feira. Já na comparação com novembro de 2011, houve avanço de 5,3%. De janeiro a novembro de 2012, o Indicador da Demanda do Consumidor por Crédito recuou 3,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
De acordo com nota distribuída pela empresa, o comportamento da demanda do consumidor por crédito em novembro foi impactado de modo negativo pelo número de feriados: foram três, sendo dois prolongados. Ao se fazer o ajuste por dias úteis, por exemplo, houve alta de 1,7% na demanda do consumidor por crédito em novembro ante outubro.
"Tais resultados indicam que, afora impactos pontuais de efeitos-calendários adversos, a demanda do consumidor por crédito está em claro processo de recuperação", observaram na nota os economistas da empresa.
A queda mais expressiva da demanda do consumidor por crédito ocorreu no Sudeste, onde houve baixa de 14,8% em novembro ante outubro. As três principais capitais da região - São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte - comemoraram o feriado da Consciência Negra em 20 de novembro. Além disso, o mês teve os feriados prolongados de Finados e Proclamação da República. Outra região que apresentou recuo foi o Nordeste (-1,7%).
Nas demais regiões houve alta na busca do consumidor por crédito em novembro em relação a outubro. No Sul, o avanço foi de 3,1%, no Centro-Oeste foi de 3% e no Norte, de 0,8%. Todas as camadas de renda pessoal mensal tiveram queda na demanda por crédito no mês passado. A baixa mais expressiva, de 9,6%, ocorreu entre quem ganha de R$ 1 mil a R$ 2 mil.