Afastados por um episódio que não ficou bem resolvido há mais de uma década, o mineiro Nélio Botelho e o gaúcho Eder DalLago voltarão a sentar lado a lado nesta semana, quando o governo federal instalará uma mesa de negociação para rever pontos da Lei do Motorista. Ambos representantes de caminhoneiros autônomos, os líderes com posições opostas simbolizam os interesses que ainda dividem a categoria no país.
Com influência para colocar o país no acostamento, o presidente do Movimento Brasil União Caminhoneiro (MUBC), Nélio Botelho, não usa freio no verbo: confirma que essa associação civil representa "todo o setor de transporte de carga" - caminhoneiros, empresas.
- Quem acionou o MUBC foram motoristas, empresas de transporte e cooperativas - reconhece Botelho, ao justificar a mobilização que provocou bloqueios nas rodovias e até a episódios isolados de vandalismo.
A formação do MUBC explica, ao menos em parte, como uma paralisação nacional de caminhoneiros foi repudiada por dezenas de sindicatos da categoria em quase todos os Estados e apoiada por empresas de transporte de carga.
Aos 71 anos, Botelho preside também a Cooperativa Brasileira dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens (Cobrascam) e o Sindicato dos Caminhoneiros do Espírito Santo e do Rio de Janeiro. Embora seja ligado à estrada há mais tempo, ganhou visibilidade em 1999, ao comandar uma das maiores greves de caminhoneiros.
- É preciso ter coragem e ideologia para colocar a cara na reta - resume Botelho.
No passado, os dois líderes lutaram pela regulamentação do setor
Transporte rodoviário
Negociação da Lei do Motorista opõe antigos líderes do setor
Sindicalistas Nélio Botelho e Eder Dal'Lago vão tratar do assunto nesta semana
Joana Colussi - Direto da Índia
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