Folga de Carnaval, que começa na sexta-feira no fim do expediente, é sinônimo de bancos fechados até quarta-feira ao meio-dia. A opção para quem pagar as contas antes que o movimento na cidade volte ao normal são os serviços alternativos, como caixas eletrônicos, mobile e internet banking.
Mas a instabilidade nas páginas na internet dos bancos no começo do mês, causada por invasão de hackers, exige atenção redobrada dos correntistas, ainda que não haja ameaça à segurança das informações. Os investimentos dos bancos para proteger as informações financeiras ultrapassam a casa do bilhão, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Por isso, os ataques cibernéticos dificilmente são destinados a roubar dinheiro diretamente dos bancos.
A tática de hackers para derrubar sites e fazer protestos tem sido criar um fluxo tão grande de acessos que impede que outros usuários entrem no site. É como se milhares de pessoas fossem a uma única agência bancária ao mesmo tempo: a maioria não conseguiria atendimento, mas isso não abalaria a segurança do cofre.
- Não existe nenhum risco. O congestionamento da rede não é uma invasão - explica o diretor técnico da Febraban, Wilson Gutierrez.
No entanto, existe um outro tipo de criminoso virtual muito mais perigoso. Sem chamar atenção para sua atividade, tenta ganhar dinheiro focando no elo mais fraco da segurança do negócio bancário: o cliente.
Leonardo Lemes Fagundes, coordenador do curso em Segurança da Informação da Unisinos, explica que, para ampliar a proteção, os bancos fornecem programas para reduzir os riscos de vazamento de informações.
- Todo correntista deve ter cuidado na hora de informar dados da sua conta, porque o assédio dos criminosos da web é muito grande - ressalta Marcelo Pessôa, coordenador do curso de Pós-graduação em Gestão de Projetos em Tecnologia da Informação, da Universidade de São Paulo.
Para não ser vítima de crimes virtuais, é importante tomar precauções. A ideia de que o conhecimento é a principal arma contra o cibercrime motivou até a criação do dia mundial da internet segura, celebrado amanhã.
Confira medidas práticas para manter seus dados bancários a salvo:
>>> Proteja seu computador
Escolha uma máquina para fazer as operações bancárias e cuide dela com maior atenção. Prefira o computador que seja utilizado pelo menor número de pessoas.
Tenha um sistema operacional original (os piratas são mais vulneráveis a ação de vírus e entradas de espiões).
Mantenha o antivírus atualizado, com proteção residente (que fica permanentemente procurando novas ameaças) e faça varreduras no computador.
Não importa o navegador utilizado (Google Chrome, Mozilla e Internet Explorer são os mais comuns), atualize sempre para a versão mais recente. Na atualização, os fabricantes corrigem possíveis falhas de segurança.
Nunca acesse sua conta em lan houses ou em computadores que você não conhece.
>>> Navegue com segurança
Esteja atento a todas as informações digitadas quando for acessar o banco pela internet para evitar digitar suas informações em um endereço falso.
Sempre digite o endereço completo no navegador. Não acesse a página por meio de links e, se possível, nem por meio de ferramentas de buscas.
Verifique se você está em uma conexão segura. Para conferir essa informação, procure pelo protocolo "https" antes do endereço do banco, em vez de http (sem o s).
Procure pelo certificado de segurança, exibido quando você clica sobre o cadeado da navegação. No Chrome e no Mozilla, o cadeado aparece no topo do site. No Internet Explorer, na parte de baixo.
Se a página solicitar que você instale algum módulo de segurança certifique-se que provém do site do banco.
>>> Atenção para as ameaças
Os e-mails são a principal porta de entrada para crimes na internet. Bancos não enviam e-mails pedindo recadastramento, senha ou atualização de dispositivos de segurança. Por mais convincentes que sejam, delete. Se ficar na dúvida, busque sua agência ou o atendimento telefônico.
Nunca acesse o site de seu banco por meio de links em mensagens eletrônicas. Páginas falsas reproduzem fielmente o site original e servem para capturar seus dados de acesso para futuros roubos.
Existem e-mails com anexos e links (de remetentes desconhecidos ou de amigos) que prometem imagens de traições, tragédias, artistas. Não abra, são vírus.
>>> Não ajude os golpistas
Cartões de senha e dispositivos token (que pare­ce um pendrive e gera senhas aleatórias) servem como proteção extra para as operações bancárias na internet. Fique atento: todos os cartões e apare­lhos têm números de série, que devem ser os mes­mos informados pelo site quando solicita que você digite a senha aleatória.
Se o banco fornece a você um cartão de senhas, nunca digite mais de uma combinação de números por acesso. O banco também nunca solicitará to­das as senhas ao mesmo tempo. É uma tentativa de roubo de dados para um golpe.l
O aparelho token nunca precisa ser atualizado.