As principais bolsas europeias encerraram a segunda-feira com fortes perdas, com os mercados ampliando os temores em relação aos problemas da dívida na zona do euro e nos Estados Unidos. Frankfurt fechou em queda de 3,35%, Londres, de 2,62%, Paris, de 3,41%, Milão, de 4,74% e Madri, de 3,48%.
Em Madri, destaque de queda nesta sessão no dia seguinte à eleição do governo conservador espanhol, os papeis do banco Santander perderam 3,45%, fechando aos 5,38 euros. As ações do Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) perderam 3,48%, para 5,716 euros, e as ações do CaixaBank caíram 4,47%, fechando a 3,63 euros.
- Esta vitória eleitoral (da direita na Espanha) foi amplamente antecipada e, portanto, não aliviou os mercados. Agora é necessário que a direita demonstre sua vontade de atuar - afirmou Nordine Naam, analista do banco Natixis.
Para tentar diminuir a pressão sobre a dívida de países como Espanha e Itália, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou nesta segunda-feira um aumento realizado na semana passada para 8 bilhões de euros de seu programa de compra de obrigações públicas, frente aos 4,5 bilhões da semana anterior. Analistas de mercado, no entanto, consideram que o volume das compras é insuficiente para estabilizar os níveis de juros cada vez mais altos exigidos a esses países.
Vários governos pressionam há semanas a favor de uma intervenção mais significativa, mas o BCE e a Alemanha são contrários a esse movimento.
Nesta segunda-feira a agência Moody's advertiu que o aumento das taxas das obrigações e as perspectivas negativas de crescimento da França pode afetar a nota da dívida deste país.
O Fundo Monetário Internacional (FMI), por sua vez, afirmou ter recebido "um pedido das autoridades húngaras para uma possível assistência financeira".
As bolsas asiáticas também fecharam em baixa: Tóquio perdeu 0,32%, Hong Kong 1,44% e Seul 1,04%. O rendimento das obrigações da Espanha para 10 anos subiu fortemente. Pouco antes das 10h GMT, alcançaram 6,500% contra os 6,345% de sexta-feira.
A diferença entre as taxas espanholas e alemãs a longo prazo elevou-se para 4,58 pontos percentuais (contra 4,33 na sexta-feira).
O líder conservador Mariano Rajoy, que liderará o próximo governo espanhol, deve atuar rapidamente para endireitar a economia do país, quarta da Eurozona, ameaçada pela recessão e asfixiada por um desemprego que afeta quase 22% da população ativa.
- Os governos que acabam de chegar ao poder em três países em plena tormenta financeira (Itália, Grécia e Espanha, onde o novo gabinete assumirá nas próximas semanas) terão que convencer os mercados da sua capacidade e determinação para respeitar os compromissos - disseram em nota os analistas do CM-CIC.
Para aumentar as preocupações, nos Estados Unidos a supercomissão do Congresso, encarregada de obter uma redução de 1,2 trilhão de dólares de custos na economia, parece se encaminhar para o fracasso, já que a data limite para apresentar os resultados é quarta-feira. No caso de desacordo entre democratas e republicanos, uma série de cortes e gastos será acionada automaticamente.
Temor sobre endividamento
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