Após uma manhã de movimento intenso com a abertura dos portões da 46ª edição da Expointer, em Esteio, na Região Metropolitana, milhares de visitantes continuaram a chegar durante a tarde. O acentuado fluxo de veículos se deslocando pela BR-116 iniciava em Porto Alegre e se estendia até o parque Assis Brasil, onde ocorre a feira.
A temperatura amena com céu azul e sol vibrante favoreceu àqueles que escolheram o sábado (26) para visitar a Expointer, que, neste ano, conta com mais de 400 eventos, exposição de mais de 150 raças de animais, programação cultural e show de máquinas.
Na pista de competições, milhares de pessoas se reuniram para prestigiar as provas e julgamentos da tarde. Embora o protagonismo da feira seja das avaliações de animais, o ponto alto do sábado, no entanto, foi uma disputa entre motos e cavalos.
O veterinário Hugo Anélio Lipp Farias, 71 anos, diretor técnico da raça mangalarga, explica que a competição consiste em seis balizas em que motociclistas e cavaleiros correm em espelho, lado a lado. Farias diz que atua na Expointer há 37 anos com uma média de 80 a cem cavalos, e que há mais de 20 anos os equinos vêm ganhando a disputa.
— Esta prova, em específico, é uma brincadeira. Ela é medida pelo cronômetro. Quem fizer mais rápido ganha — explica o veterinário.
O diretor técnico comenta que é uma forma de agradar a dois públicos distintos, os fãs de hipismo e motociclismo. Durante a prova, três cavaleiros e três motociclistas se enfrentam em um duelo de velocidade que exige precisão nos movimentos.
Os cavalos mangalarga vieram de Santa Catarina, do Paraná e do Rio Grande do Sul, já as motos, de 350 cilindradas, foram fornecidas pela Schneider Motos, de Porto Alegre.
— A gente quer fazer, além de um julgamento que muita gente não entende, essa disputa que todo mundo vai vibrar e vai gostar. É o cavalo contra a moto, o rural contra a cidade — ressalta o diretor técnico.
Embora a prova seja apenas um amistoso, os competidores se empenharam com dedicação para cumprir cada volta. A cada ciclo concluído, a plateia gritava e aplaudia os seus favoritos.
Torcida em família
Clarissa do Evangelho, 44 anos, e Renato Evangelho, 43, viajaram de Capivari do Sul, no Litoral Norte, para que a filha Marina, nove, visitasse a Expointer. Apoiados na cerca que costeia a pista de provas, os três aguardavam ansiosos pelo início da disputa festiva entre motos e cavalos. A torcida dos três era unânime.
— Viemos quase todos os anos, sempre tem algum maquinário novo e gostamos de ver os animais. Estamos torcendo pelos cavalos — disse Renato.
A coordenadora pedagógica Daniela Weber, 41 anos, se deslocou mais de 50 quilômetros de Santa Maria do Herval, no Vale do Sinos, até Esteio para apresentar a feira aos filhos Rafaela, cinco, e Luan, 12. Embora empolgada com a disputa das máquinas contra animais, Daniela não tinha torcida definida.
— Estou torcendo para os dois. Também viemos para visitar os animais, em especial os coelhinhos que a minha filha adora — diz.