Campo e Lavoura

Antes de entrar a campo

Alvo de polêmica nos EUA, novo herbicida da alemã Bayer tem fórmula alterada

Produto é usado com a terceira geração de soja transgênica, que deve entrar em circuito comercial no Brasil na safra 2021/2022

Joana Colussi

De São Paulo

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Bayer / Divulgação
O cultivo da variedade Intacta 2 Xtend está sendo testado no Brasil por grupo de 250 produtores selecionados pela empresa

Polêmico nos Estados Unidos em razão dos casos de deriva, o herbicida dicamba terá nova formulação desenvolvida pela Bayer. Segundo o diretor de Operações da Divisão Agrícola da empresa, Gerhard Bohne, foi adicionado um tipo de sal para reduzir a volatilidade do produto. Além disso, a multinacional alemã desenvolveu adjuvante, à base de óleo, para aplicar com o agroquímico.

— Modernizamos a fórmula. O adjuvante ajudará a dar mais peso à gota, facilitando que caia no alvo — exemplificou o executivo, durante coletiva de imprensa realizada em São Paulo nesta quinta-feira (12).

Segundo Bohne, a multinacional está também adaptando, junto com empresas de tecnologia de aplicação, bicos para pulverização do produto nas lavouras:

— Vamos treinar e capacitar o produtor rural para garantir aplicação eficiente do dicamba.

A nova formulação ainda não tem registro dos órgãos regulatórios no Brasil. Nos Estados Unidos, já é usada comercialmente. De acordo com o executivo, a ideia é ter a autorização do produto antes da liberação comercial no país da terceira geração de soja transgênica — chamada de Intacta 2 Xtend — prevista para a safra 2021/2022. Neste momento, a empresa aguarda aval para registro da variedade de semente tolerante ao dicamba na China e na União Europeia. 

O herbicida dicamba causou polêmica antes mesmo de ser usado nas lavouras brasileiras. Em agosto deste ano, representantes da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja) e Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) encaminharam documento à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, manifestando a preocupação com o uso no país — pela volatilidade vista nos Estados Unidos e pelo risco de prejudicar lavouras vizinhas que usarem variedades de soja tolerantes apenas ao glifosato.

O dicamba é indicado para combater ervas daninhas de folhas largas, como a buva. O produto poderá ser alternativa ao 2,4-D, herbicida também controverso no Brasil por conta da deriva. 

*A repórter viajou a convite da Bayer

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