O cooperativismo é a principal alternativa e solução para combater as desigualdades sociais. Tem identidade própria, com foco no desenvolvimento das pessoas. Como qualquer organização, só existe se tiver viabilidade econômica, mas sua razão de ser é social.
No Rio Grande do Sul, este modelo é um exemplo a ser seguido, pela pujança de suas cooperativas e pelo envolvimento de associados e dirigentes. O movimento cooperativo gaúcho se consolida e se reafirma ano após ano.
O Sistema Ocergs-Sescoop/RS apresentou recentemente os dados consolidados das atividades de 2016. O Estado tem 2,8 milhões de pessoas associadas a alguma cooperativa. Essas organizações geram 59 mil empregos diretos, têm receita anual de R$ 41,2 bilhões e representam 11% do PIB gaúcho. Em 2016, o faturamento do setor cresceu 14,22% em relação ao ano anterior.
Os números traduzem o dinamismo dos 13 ramos do cooperativismo na economia gaúcha. Não apenas na economia, o cooperativismo é diferenciado pela sua própria natureza, de participação democrática, independência, autonomia, liberdade com princípios definidos e compartilhamento de resultados entre os associados. Esse modelo tem mostrado ao mundo sua capacidade de minimizar os efeitos de situações ruins, sejam eles no campo econômico, da produção ou no social, apresentando-se como segmento importante e visionário em relação à contribuição que dá para o futuro e o bem-estar das pessoas.
O cooperativismo é um orgulho para os gaúchos. Neste momento de crise, é gratificante observar que o segmento continua apresentando ganhos surpreendentes, mostrando que a união de esforços e a cooperação superam desafios. Os resultados são alcançados dentro de princípios que prezam a intercooperação entre organizações e pessoas, com governança cooperativa e trabalho coletivo.
Em uma época em que as pessoas compartilham suas vidas a cada minuto, o cooperativismo tem na sua natureza, desde seus primórdios, o compartilhamento de ações e, principalmente, de resultados econômicos e sociais, entre outros. Além da contribuição para a sociedade e para o Estado, é modelo a ser seguido, por praticar solidariedade e agir com transparência. Esses são comportamentos que podem balizar uma nova postura no Brasil, para que o país possa superar seus desafios e voltar a crescer com sustentabilidade.
Tarcisio Minetto é secretário do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo