Na hora H, ou mesmo bem antes de o clima esquentar, do que você tem medo? Pois aquilo que você não conta nem mesmo para sua parceira que dirá para o grande amigo uma pesquisa acaba de revelar. Mais recente e completo estudo sobre sexualidade e afetividade conduzido no Brasil, o projeto Mosaico 2.0 entrevistou 3 mil brasileiros e, entre muitos outros resultados, apontou quais os grandes medos dos homens em relação ao sexo. Em primeiríssimo lugar, batendo os 54,8%, está o temor de não satisfazer a parceira. Uma queixa pouco ouvida nos consultórios médicos:
– Ao contrário das meninas, que vão ao ginecologista logo na primeira menstruação, os rapazes não são orientados desde cedo a cuidar da própria saúde sexual – comenta o urologista João Afif Abdo, vice-presidente da Sociedade Americana de Medicina Sexual.
Por conta disso, dificuldades como ter ou manter a ereção (o terceiro maior medo), costumam ser tratadas direto no balcão da farmácia, pelo fato de os medicamentos serem isentos de prescrição.
E você tem medo de quê? Leia os itens abaixo e saiba como enfrentar seus temores.
1 | Não satisfazer a parceira
Para 96,2% dos homens, transar é considerado “muito importante” para a harmonia de um casal, principalmente nas faixas etárias de 26 a 50 anos. Não à toa, o medo de não satisfazer a parceira lidera o ranking de temores masculinos (54,8%). Dois fatores costumam contribuir para esse tipo de ansiedade: muitos homens ainda acreditam ser os únicos responsáveis pelo orgasmo feminino e outros tantos têm medo da comparação com outros parceiros.
– Quando uma mulher não goza, o homem pode começar a pensar: “Tem algum problema comigo”. Tem dúvidas, ele fica inseguro. “Será que meu pênis é pequeno, é fino, é inferior ao desempenho de outros com quem ela se relacionou?”. Fica com medo de não saber fazer direito e acha que, na comparação com outros, está perdendo. Teme ainda que a mulher comente com alguém – diz o psiquiatra e terapeuta sexual Carlos Eduardo Carrion.
2 | Contrair doenças
Para este temor, uma única recomendação: use proteção na hora do sexo. Parece óbvio, mas não é. Se para 48% dos entrevistados, as DSTs são um medo constante, o uso de preservativos não é frequente como deveria. “Não uso camisinha” foi a resposta de 19,6% dos solteiros, de 23% dos divorciados e de 24% dos viúvos.
3 | Terminar muito rápido
Ejacular mais cedo do que gostaria é uma preocupação de 42% dos homens. Primeiro, porque tira o prazer do próprio homem, que gostaria de se demorar mais tempo. Segundo, porque deixa a mulher “na mão” sem aviso prévio.
Uma das origens do problema pode estar na adolescência, quando as primeiras relações são “às escondidas” e os garotos “ficam ‘treinados’ nessa rapidez”, exemplifica Carrion. A ansiedade em relação ao desempenho também pode levar o homem a ejacular mais rápido. Uma das técnicas indicadas pelo especialista é o treinamento solo: a masturbação lenta.
– Como todo treino, requer tempo. É feito obter uma barriga tanquinho: antes de seis meses, não se vê resultado.
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4 | Ter problemas com a ereção
Primeiro, vamos aos fatos: cerca de 30% da população apresenta algum grau de disfunção erétil, segundo dados da Organização Mundial de Saúde. São homens que não conseguem ter ou manter uma ereção firme o suficiente para uma relação sexual. A causa pode ser tanto física quanto emocional – ou ainda um misto de ambas. Como você já deve saber, medicamentos como Viagra e seus concorrentes no mercado funcionam na potencialização da ereção, isto é, necessitam de um estímulo sexual para ter efeito. Então, o alerta do urologista João Abdo é para que os homens falem mais sobre o assunto com seus médicos e identifiquem as causas do problema, observando tanto os fatores orgânicos (desequilíbrios hormonais ou problemas cardiovasculares) quanto os comportamentais (estresse, sedentarismo, alcoolismo, obesidade ou tabagismo, entre outros).
5 | Dar mais de uma por noite
Quanto mais jovens são os homens, mais existe o desejo de transar repetidas vezes a cada encontro. Na faixa dos 18 aos 25 anos, a maioria dos entrevistados revelou que costuma ter dois atos sexuais, no mínimo, por noite. Conforme a idade avança, a partir dos 51 anos, a média é uma relação por vez. Já o tempo de recuperação entre uma transa e outra fica entre 15 minutos a uma hora (para 43,5% deles). Agora, aqui vem o necessário contraponto feminino. A alternativa “não conseguir dar mais de uma” – que surgiu como um temor para 23,3% dos homens – foi citada como preocupação de apenas 5,4% das mulheres.
– A famosa "segundinha" é praticamente irrelevante para as mulheres – comenta Carmita.
Então, fica a dica: quantidade não significa qualidade para sua parceira. Para a maioria das entrevistadas, o bom desempenho sexual tem a ver com a intimidade e afeto.
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