Maio é cheio de celebrações de amor. Lembramos do materno, do matrimonial (afinal é mês das noivas, né?). No último sábado, dia 25, foi Dia Nacional da Adoção. E é sobre isso que quero falar hoje.
Para fins legais, adoção é o ato jurídico no qual um indivíduo é permanentemente assumido como filho por uma pessoa ou por um casal que não são seus pais biológicos. Para mim, é um dos maiores atos de amor.
Atualmente são quase 6 mil crianças aptas para serem adotadas no Brasil, cerca de 600 no Rio Grande do Sul. O que surpreende é que o número de casais dispostos a adotar é muito superior, quase 10 vezes maior, no país e no Estado, com suas devidas proporções.
Essa conta não fecha justamente pelo perfil determinado pelos adotantes. Segundo dados do Cadastro Nacional de Adoção, a maioria deles busca crianças bem pequenas ou recém-nascidas, com idade máxima de três anos, brancas e saudáveis, preferencialmente meninas.
No entanto, a maioria das crianças e adolescentes disponíveis para adoção, pelo menos em Porto Alegre, tem mais de 11 anos de idade e foge totalmente desse padrão.
Eu tenho uma experiência extremamente positiva com adoção. Eu sou filha adotiva e minha irmã mais nova também. Amo saber de histórias de adoção, me faz bem e acredito que elas atingem as pessoas de forma agradável e inspiram esperança. Por isso procurei saber de algumas e decidi compartilhar aqui:
"Logo após ter alta da UTI, já tinha pais de coração com muito amor esperando por mim. Saí de lá com a roupa do hospital, sem mais nada, e logo de cara ganhei uma família muito amorosa, roupas e brinquedos, mas principalmente muito, muito amor. Filha única de um casal que já tentara por vias "naturais" ter um alguém para cuidar e amar para vida toda, mas sem sucesso. O que aconteceu comigo e com eles - que tenho orgulho de chamar de meus pais - foi amor à primeira vista."
Caroline Oliveira
"Fui adotada pelos meus tios. Minha mãe biológica faleceu quando eu tinha quatro meses e meu pai biológico não tinha responsabilidade para assumir eu e minha irmã. Cada vó ficou com uma neta. Minha avó me criou até, aproximadamente, os sete anos, com ajuda indireta dos meus tios. Então, por conta da idade dela, eles nos chamaram para morar com eles e comecei a ser tratada como filha. Na época eles pegaram uma guarda provisória na justiça e uns dois anos depois veio a definitiva. Quando pegamos a definitiva, a assistente social mencionou que com essa seria muito simples o processo de adoção, mas como eu tinha pai biológico vivo, meus pais decidiram que seria melhor esperar eu ter idade para decidir. Quando fiz 15 anos eles conversaram comigo e bem, eles já eram meus pais. Eu os amava e era amada como tal. Então disse sim e aos 16 passei a ser legalmente filha deles."
Bruna Pessuti
"Meus pais adotaram duas crianças que, quando chegaram na minha casa, tinham dois e três anos. A casa de adoção queria separá-las, mas meu pai demonstrou o desejo de deixar as duas juntas. Hoje estão moças, uma com 16 e a outra irá fazer 15, e o amor que temos por elas é incondicional."
Daniella Souza
"Não adotei e nem fui adotada. Minha intenção será adotar um ou dois meninos negros já na fase da pré-adolescência/adolescência, pois são as crianças mais rejeitadas (não sei se é correto usar esse termo). Quero fazer a diferença na vida desses guris que também merecem um lar tanto quanto crianças mais novinhas, brancas e/ou meninas."
Thamires Bastos
Duda Buchmann é blogueira que gosta de falar do mundo feminino, principalmente da mulher negra, e de inspirações que elevem a autoestima delas. Escreve semanalmente emrevistadonna.com.