Com a separação de Débora Nascimento e José Loreto e o julgamento público de Marina Ruy Barbosa, a internet vive hoje um déjà-vu. Um casal querido do público se separa. Há rumores de que ela foi traída. A consternação é maior ainda porque eles têm uma filha pequena. E aí, ato contínuo, aponta-se o pivô da separação, condenada ao julgamento das redes.
Você já viu esta trama antes. Quando Grazi Massafera e Cauã Reymond anunciaram o fim do casamento, coube a Ísis o veredito de culpada. Foi dito, inclusive, que o desgaste de sua imagem teria interferido na oferta de papéis logo após o rebuliço nas redes.
Corta para 2019. Os atores Débora Nascimento e José Loreto anunciaram a separação. Há rumores de que ele teria enviado mensagens para a colega de cena em O Sétimo Guardião que desagradaram a mulher. E Marina Ruy Barbosa virou ré do tribunal das redes. Ela veio a público dizer não ter nada a ver com o assunto, mas os ataques e acusações seguem. E as especulações. Ela e Débora deixaram de se seguir nas redes. Opa, parece que já não se seguiam. Outras famosas teriam dado unfollow na página da ruiva no Facebook. Algumas teriam dito que esta situação não seria novidade na vida de Marina.
De provado, nada. E mesmo se estivesse? O casamento e/ou a separação de um casal diz respeito apenas aos envolvidos. Mas ainda assim seguimos em busca de vilãs, de quem é a acusada de supostamente desencaminhar o marido de alguém. Como se homens não tivessem vontade própria e responsabilidade por suas escolhas e seus afetos. Cauã Reymond não passou pelo que Isis passou. Seis anos depois, José Loreto provavelmente não enfrentará o desgaste de Marina - que, não custa nada lembrar, de novo, diz não ter nada a ver com isso. São sobre ela as notícias, as especulações, as chamadas mais apelativas na internet.
Quando finalmente essa ficha coletiva vai cair e vamos sair do piloto automático de responsabilizar as mulheres por tudo? E de achar que os homens, coitados, são apenas vítimas da sedução de destruidoras de famílias. As mesmas que, seguindo essa premissa, seriam culpadas pelo assédio que sofrem em função da roupa que estão vestindo.
Como perguntou Luma Costa, apontada como uma das melhores amigas de Marina, "Cadê esse negócio de 'mexeu com uma mexeu com todas'?". A solidariedade à Débora Nascimento, no centro de uma separação ruidosa, é esperada. Mas não obriga nem autoriza ninguém a apontar o dedo para outra mulher.