Primeiro dia do ano e a excitação das festas ainda continua em algumas de nós, enquanto outras já estão entediadas com a tranquilidade dos feriados. Independentemente de como você esteja se sentindo agora, o fato é que em algum momento do dia de hoje você vai se pegar gerando expectativas e pensando sobre como será esse ano que se inicia. Já antecipo para você que tanto o seu como o meu 2018 vai depender muito de um algoritmo muito especial: as emoções.
Em seu livro Homo Deus: Uma breve história do amanhã, o autor israelense Yuval Noah Harari define nossas emoções como algoritmos bioquímicos vitais para a sobrevivência e reprodução de todos os mamíferos. Se quisermos compreender nossa vida e nosso futuro, devemos nos esforçar bastante para entender e respeitar nosso mundo subjetivo das sensações e pensamentos.
No mundo do trabalho, não nos faltam exemplos de líderes que atingiram o sucesso quando entenderam o papel das emoções para a conquista de resultados individuais e coletivos. Tite, treinador da seleção brasileira de futebol, é um deles. Quando assumiu o comando do time, fez renascer uma equipe que foi desclassificada na primeira fase da Copa América e estava fora da zona de classificação para a Copa do Mundo de 2018. Como? Trabalhando fortemente a gestão de pessoas.
Para alguns pode parecer pouco, mas é uma pequena grande revolução conseguir lidar com as expectativas e frustrações de cada um de nós. Às vezes, nem a gente sabe como calar aquela voz que nos critica e julga o tempo todo. Imagine então fazer com que o outro nos entenda, compreenda e extraia o melhor de nossas habilidades? É isso que líderes fazem em casa, no trabalho, na vida. Eles aprendem a ser sensíveis, a perceber e cuidar das emoções suas e do outro.
Quer dizer então que se você não sentisse tantas emoções confusas, tomaria decisões melhores? Na verdade, não! É aqui que entra em ação o algoritmo bioquímico da emoção, que aparece para nos dizer que algo não totalmente compreendido está acontecendo e que devemos perceber, pensar ou até agir. É a maneira do seu corpo sinalizar algo para você. Nós interpretamos esses alertas como uma emoção, explica o famoso colunista do New York Times, David Brooks, no livro O Animal Social. Por exemplo: o que acontece quando você imagina que está caindo de um penhasco? Você provavelmente sente medo ou até mesmo pânico. Em outras palavras, as emoções nos permitem sentir que tipo de impacto aquela decisão pode gerar em nós.
Se quisermos compreender nossa vida e nosso futuro, sugiro usarmos este algoritmo mais efetivamente, como um conjunto metódico de passos que nos ajude a atingir nossas metas para o novo ano. A dica é entender e acolher a emoção, usá-la como bússola para ajudar nas tomadas de decisão. Até porque nossas expectativas irão nos acompanhar fielmente no decorrer do ano, seja em nosso trabalho ou relacionamentos. Boas ou más, elas estarão lá. E como já bem apontou o escritor americano Mark Twain, “eu sofri por muitas catástrofes na minha vida, a maioria nunca aconteceu.” Cuide bem das suas emoções, tente diminuir as expectativas e viva seu 2018 mais feliz!
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