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O mercado atual exige que profissionais se desdobrem em dois ou três ao mesmo tempo. O acúmulo de funções e tarefas pode desencadear características workaholics, termo que define os profissionais que estão sempre conectados às pendências e problemas do escritório.
Se preocupar e ter pressa para solucionar questões da empresa é algo normal, mas não desgrudar do telefone nem nas folgas pode acarretar sérios problemas, inclusive à saúde. A seguir, você confere dicas de Celso Bazzola, consultor de recursos humanos, de como identificar um "viciado em trabalho".
As características do workaholic
É mais fácil identificar um workaholic do que fazê-lo largar as atividades em hora extra. Eles/elas estão constantemente trabalhando, às vezes até mais de 12 horas por dia, no escritório, e ainda arranjam tarefas para fazer em casa. Também é uma característica não desgrudar do celular e ficar o tempo todo checando os e-mails e mensagens da empresa, mesmo durante o final de semana.
Como saber se eu sou?
Se você coloca sua vida profissional acima da pessoal e desenvolveu dificuldades de se relacionar com os amigos e parentes, é hora de repensar. Quem não consegue se desligar do trabalho acaba deixando de lado a convivência social. Dessa forma, é fácil se tornar um trabalhador compulsivo.
Esse comportamento gera sintomas como autoestima exagerada, insônia, mau-humor, impotência sexual, atitudes agressivas em situações de pressão e, muitas vezes, depressão.
Problemas relacionados
Para Bazzola, a situação pode ser bastante problemática e pode trazer sérios prejuízos para o profissional e, até mesmo, à empresa. “Acredito que para empresa a situação traz mais desvantagens do que vantagens. Inicialmente pode ser interessante, pois a velocidade dos resultados é satisfatória, porém há um desgaste emocional natural do profissional, pois ele estará isolado e restrito ao tema trabalho, bloqueando sua sociabilização o que poderá resultar em sérios transtornos futuros para sua vida”.
A situação pode ser tão grave que estudos recentes de casos clínicos em consultórios psicológicos e psiquiátricos apontam que o vício de trabalho é similar à adição ao álcool ou cocaína. Tornado o trabalho, nesses casos uma obsessão doentia.
Saber o limite
Não é pecado trabalhar esporadicamente além de sua carga diária, desde que essa ação seja meramente por necessidade de urgência. Isso, para o mercado de trabalho, acaba sendo um diferencial, mas, o profissional de Recursos Humanos deve identificar quando há exageros em uma rotina normal de trabalho. A partir do momento em que a carga horária extrapola constantemente é momento de refletir.
Workaholic x Worklover
É importante diferenciar o amor ao trabalho do vício. Um worklover tem noção de que o excesso se refletirá em conflitos nos relacionamentos pessoais, além de proporcionar efeitos nocivos à saúde e bem-estar. O fato de ser um workaholic não significa que o profissional seja mais produtivo. Muitas vezes, vemos pessoas que não conseguem ter organização no seu dia a dia e acabam trabalhando mais tempo para entregar o mesmo resultado.