Jamais vivi sem cachorros na volta. Nasci em uma família de mãe cachorreira. Quando me entendi por gente, conheci a Tuca, a Cocker Spaniel da mãe. Quando a Tuca se foi, veio o Coni, o boxer tigrado. Quando completei 12 anos, minha mãe julgou que tinha idade suficiente para me tornar responsável por alguém. Atendeu meu pedido e desejo de anos: me deu um cachorro. O Snoopy, um Cocker Spaniel preto, foi o melhor amigo que tive em toda a adolescência e entrada na idade adulta. Tão, mas tão vital que dediquei a ele um capítulo inteiro do meu terceiro livro, "Tudo tem uma Primeira Vez".
Snoopy viveu bem vividos 13 anos. Um dia se foi. Difícil pensar em ter outro cachorro quando a gente perde alguém que é um pedaço de nós. O Snoopy era um pedaço de mim e até hoje tem seu espaço reservado em um cantinho do coração que é só dele. Só nosso. Dia desses, li um significado lindo dado à palavra saudade: "saudade é o amor que fica". Snoopy foi transformado em saudade.
O AMOR QUE FICOU
FALA LOGO DE MIM
BENTO É MUITO CONVENCIDO
Bento com seus 15 anos é parte integrante de outra fase da minha trajetória. Bento é minhas pernas, meus braços. Bento é meu coração, minha alma, minha vida. Bento e eu vivemos juntos deste que ele tinha um mês de idade. Como escrevi no título de um dos capítulos do meu segundo livro, "Vida Peregrina", Bento é meu companheiro de jornada.
Bento me acompanhou a São Paulo, à Espanha, ao Rio de Janeiro, de volta a Porto Alegre. Bento experimentou junto comigo novos sabores, novas culturas. Dividimos a bonança e também a escassez. Sempre unidos, fiéis, amigos. Grandes confidências faço e sempre fiz ao pé do ouvido do Bento.
TEM QUE ESTAR SESTEADO
Bento me surpreendeu ao receber de braços abertos a chegada da Papaqui. Uma chegada inesperada de uma cachorrinha abandonada que agradeço diariamente por ter entrado em nossas vidas. Papaqui comunica-se comigo com o olhar desde o primeiro dia que botou o pé nesta casa. A Gorda é a peça mais extraordinária que o destino poderia me pregar.
AMOR EM ESTADO PURO
Sei que quando perdemos nossos melhores amigos, a primeira reação é dizer que nunca mais teremos outro. Bobagem. Dia desses, postei a respeito no Instagram algo que faz todo o sentido.
Abrir o coração e ceder espaço em nossas vidas para outras vidas, permitir que outros cães tenham o privilégio de ter um dono e um amigo - e conceder a nós mesmos a oportunidade de conviver e amar novamente um animal é uma bênção da qual não deveríamos nos privar. O amor, a amizade e os ensinamentos que eles proporcionam são infinitamente maiores do que qualquer dor dilacerante.
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