(Foto: Luciane Garcia) (Foto: Luciane Garcia) (Divulgação) (Foto: Luciane Garcia) (Foto: Luciane Garcia)
Chegar à Tanzânia requer alguma paciência e muita vontade. Sair da Tanzânia dá uma sensação de alma lavada. O país recebe turistas dos quatro cantos do planeta e conta com uma estrutura que muitos não imaginam existir em um país pobre do leste da África. Antes de chegar ao destino final, passamos por Nairóbi, no Quênia. A chegada é caótica e às vezes exige troca de aeroporto em meio ao trânsito conturbado de uma cidade sem maiores atrativos. Normalmente é necessário passar a noite por lá, sendo que as opções de hospedagem são bem diversas. A grande pedida é ficar no super moderno e estiloso hotel The Tribe, projetado pelo arquiteto iraniano Mehraz Ehsani e parte da Design Hotels.
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No dia seguinte, o cheiro de aventura começa. Embarcar em um avião monomotor para alguns já é parte de adrenalina (como para mim). O voo felizmente é super tranquilo, voando-se o primeiro trecho para os aeroportos de Arusha ou Kilimanjaro (e deslizar sobre a maior montanha da África é um presente a parte). A última etapa é pegar um dos voos para os diversos campos de pouso que nos recepcionam com pista de terra batida, no meio da savana.
Chegamos no campo de Sakawa, o qual serve a reserva privada de Grumeti. É lá que ficam os lodges da rede Singita, a melhor e mais luxuosa rede de lodges em toda a África. Assim que o avião toca o solo, um sorridente ranger dirigindo um carro nos espera. O trajeto até o Singita Explore Mobile Tents leva um pouco mais de uma hora e a viagem passa rápido. Ficamos hipnotizados pelo que nos aguarda no caminho: um casal de leões apaixonados, zebras, antílopes e gnus.
Todos em meu grupo estão ansiosos e curiosos para chegar logo e conferir de perto este novo lodge da rede, conhecido até então somente por fotos na internet. Adjetivos faltam quando finalmente chegamos. Toda a equipe do local nos aguarda, começando pelo o host e passando pela chef de cozinha (sim, aqui teremos uma chef de cozinha sul africana), camareiro e finalizando com os guardas que zelarão por nossa segurança durante nossas duas noites aqui.
O design regular de um hotel não se aplica aqui. São seis tendas/quartos superconfortáveis que nos esperam, além de uma tenda maior, com sala de jantar e estar. A decoração é lindíssima, de muito bom gosto, com objetos escolhidos a dedo para deixar o lugar não apenas bonito, como muito acolhedor. Cada tenda conta com uma varanda, um quarto lindo e confortável e com detalhes que encantam: roupa de cama feito do mais puro algodão e até mesmo kit com aquarelas – um mimo àqueles que se aventurarem a pintar a paisagem, digna mesmo de um quadro. O banheiro é espaçoso, com todo o conforto de um hotel. Sim, e com água quente. Basta dizer em que momento e a que temperatura queremos tomar banho e nosso reservatório é enchido prontamente, garantindo um banho farto (limitado até 4 minutos).
Aqui tudo é pensado nos mínimos detalhes para os padrões mais exigentes, desde a qualidade da bebida, disposição dos hóspedes no bar e nos pratos cuidadosamente preparados pela nossa chef: o cardápio conta com saladas sempre frescas, pizzas crocantes e jantares elaborados, inclusive com camarões também fresquinhos. Tudo isso sempre acompanhado da melhor seleção de vinhos sul-africanos.
A experiência de dormir duas ou mais noites neste local é um misto de aventura e total conforto. Estamos no meio da savana com todo o conforto e luxo. As torneiras não são de ouro e não há ostentação, mas p visitante encontra aqui o que há de mais valioso em termos de serviço e conforto. Confesso que esta foi uma das melhores camas, com um dos melhores travesseiros, edredons e lençóis em que já dormi em toda minha vida.
De nossas janelas, varandas, ou arredor da fogueira, a vista que temos é de tirar o fôlego: uma imensidão dourada que vai até onde a visão alcança, com animais sempre à vista, principalmente antílopes. Quando a noite cai, o único som é o da natureza em sua mais plena forma. Os guardas nos acompanham até as tendas, onde podemos dormir com as janelas abertas e assim sentir a brisa e sons da savana. No meio da madrugada acordamos com algum barulho mais forte, talvez de um elefante ou uma zebra nos arredores, mas nada que signifique qualquer tipo de risco (muita gente deita olhando para as janelas, torcendo que a qualquer momento seja contemplado com algum destes visitantes).
Além de ser o local ideal para uma reunião familiar ou com amigos, o Singita Explore Mobile Tents fica exclusivo para o número de hóspedes daquela única reserva, seja um casal em lua de mel (com toda a infra- estrutura reservada só para a dupla) ou um grupo de até 12 pessoas.
O dia começa cedo e frio, com o café da manhã ao redor do fogo. Depois partimos para um safári fotográfico que dura cerca de 4 horas. Nosso ranger parece farejar a presença de animais e logo nos deparamos com elefantes, zebras, gnus, girafas, javalis e leões. Majestosos em seu habitat natural, nos deixam felizes e sem palavras. Depois do almoço, após um descanso merecido (afinal acordamos bem antes de o sol nascer), seguimos para o safari da tarde, repetindo a aventura e nos surpreendendo ainda mais, até voltarmos para o conforto de nosso acampamento, do qual lembraremos para sempre.
Partimos agora para mais uma noite na savana, ainda na reserva de Grumeti. Nossas surpresas não terminam. Chegamos ao nosso próximo lodge, ou melhor, nossa casa pela próxima noite (confesso que por mim ficaria uma semana neste lugar). O Singita Private Houses é quase indescritível em palavras. Uma casa no meio da savana, uma decoração absolutamente deslumbrante, daquelas que vemos em revistas e que achamos que nem devem existir. Duas suítes junto a casa e duas outras nas laterais, dando uma sensação de privacidade e isolamento. Dentro delas muito bom gosto, muito conforto e amenidades para aqueles que não querem se sentir tão longe do mundo real: internet, caixas de som para os modernos dispositivos... tudo isso de novo, em um lugar remoto.
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