:: Vocalista da Banda Uó é a primeira mulher trans a estrelar uma campanha do “Outubro Rosa” (Reprodução Youtube) Tom Tykwer, Lana e Lilly quando ainda era Andy
Transexualidade, um tema que nunca esteve tão em foco na mídia como hoje. O filme "A Garota Dinamarquesa" ganhou destaque ao abordar a história de Lili Elbe, uma das primeiras transexuais a se submeter a uma cirurgia de redesignação sexual. A medalhista olímpica Caitlyn Jenner — ex-padrasto de Kim Kardashian quando ainda era Bruce Jenner — se tornou uma das principais porta-vozes da causa transgênero no mundo quando fez de sua transição um programa transmitido na TV aberta norte-americana. Agora, uma nova mulher se juntou ao movimento: a cineasta, produtora e roteirista Lilly Wachowski, que ficou mundialmente famosa com trilogia de Matrix.
Até então chamado Andy, aos 48 anos, ela anunciou que é uma mulher transgênera em um texto publicado no jornal Windy City Times, especializado no público LGBT de Chicago, nos Estados Unidos. Ela é irmã de Lana Wachowski, que anunciou ser transexual em 2012, e sua parceira na direção de Matrix, A Viagem (2012) e da série Sense8, do Netflix, que estourou ano passado.
— Ser transgênero não é fácil. Nós vivemos em um mundo com maioria de orientação de gênero binária. Isso significa que quando você é transgênero, você tem que encarar a dura realidade de passar o resto da sua vida em um mundo que é abertamente hostil contra você — disse.
No texto, a cineasta conta que já havia pensado em tornar sua identidade de gênero pública, mas que decidiu revelar sua "transição" depois de ser procurada diversas vezes pela imprensa para falar sobre o assunto.
— Eu queria, mas precisava de um tempo para colocar minha cabeça no lugar, para me sentir confortável — escreveu.
Quando Lana, antes conhecida como Larry, anunciou ser transgênero, a dupla deixou de ser chamada por "os irmãos Wachowski". Na época, elas se preparavam para o lançamento do longa "A Viagem". Atualmente, Lilly é casada com Alisa Blasingame, a quem agradeceu o apoio e lembrou o fato de poder pagar médicos e terapeutas, sem os quais, "muitas pessoas não sobrevivem ao processo".
— Então, é. Eu sou transgênero. E, é, eu passei por minha transição. Eu me assumi para meus amigos e família. A maior parte das pessoas no trabalho também. Todos estão tranquilos com isso. Sim, graças à minha irmã fabulosa eles já passaram por isso antes, mas também porque eles são pessoas fantásticas. Sem o amor e o apoio da minha esposa e amigos e família eu não estaria aqui hoje.