O olhar expressivo denuncia o carinho que Valdir tem pelo local. Ele já conhecia o Centreventos Cau Hansen antes mesmo de ser construído. É uma das poucas pessoas que pisaram na estrutura que seria do teatro municipal de Joinville e que deu lugar ao centro de eventos multiúso da cidade. Dos 17 anos dedicados à carreira de funcionário público, Valdir Francisco da Silva, 54, está há 15 trabalhando exclusivamente no espaço de cultura e lazer, construído na avenida Beira rio.
A obra foi inaugurada no dia 26 de junho de 1998 e contou com uma solenidade especial, com a presença do então prefeito Luiz Henrique da Silveira, o presidente da República Fernando Henrique Cardoso e centenas de convidados, com cerimônia fechada ao público, que assistiu a tudo do lado de fora. Em dois dias de shows, Gal Costa e a Orquestra Filarmônica da Petrobras, com participações de Luiz Melodia e Milton Nascimento, iniciaram as atividades do local. No sábado, Rita Lee, Paula Toller e Titãs deram continuidade à festa de abertura.
? No fim do show dos Titãs, uma pessoa da plateia jogou uma almofada no palco. O vocalista devolveu e aí começou uma guerra de almofadas. Teve gente que não gostou, mas foi incrível ? recorda Valdir, sobre as almofadas distribuídas ao público para sentar nas arquibancadas, ainda sem cadeiras.
As inúmeras histórias registradas não ficam apenas na memória, mas em fotos, cartazes e objetos. Valdir lembra da exposição do artista joinvilense Juarez Machado, no espaço ao lado do palco do Centreventos, entre operários, andaimes e materiais de construção. Dessa mostra, Valdir guarda o capacete de segurança com o nome do artista.
Hoje, Valdir atua na Fundação Cultural de Joinville como responsável pela parte técnica do Teatro Juarez Machado, qual ele também ajudou a construir. O espaço, construído abaixo do palco do Centreventos, onde estava previsto o poço da orquestra, hoje é o teatro, com capacidade para 500 pessoas.
O funcionário é peça fundamental para o funcionamento do teatro. A mesa de iluminação, por exemplo, seria um espaço destinado para escritórios, não fosse a sua ousadia em dar sugestões aos responsáveis pela obra. Foi ele também que teve o trabalho de instalar cada plugue nos cabos de luz e organizar o sistema de iluminação, numerando cada qual. Ele também ajuda na montagem e organização do palco durante espetáculos. Na época do Festival de Dança, o trabalho aumenta, mas ele não reclama, até parece gostar, diante de tamanha paixão pelo trabalho.
Conheça Valdir da Silva, o funcionário mais antigo do Centreventos Cau Hansen em Joinville
Redação Donna
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