A amamentação é um dos momentos mais especiais na relação mãe e bebê e também questão de saúde pública e um tema que gera dúvidas e ansiedades. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), apenas 38% das crianças nas Américas são alimentadas exclusivamente com o leite da mãe até os seis meses – uma taxa considerada abaixo do ideal pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Até 7 de agosto ocorre a Semana Mundial do Aleitamento Materno. O período é o momento para a debater a importância da amamentação para o desenvolvimento saudável dos bebês.
Aproveitamos a deixa para esclarecer mitos e verdades sobre o assunto com Daniela Marchiori Flores, fundadora da Amamenta – Consultório de Aleitamento Materno, e Cristina Machado, criadora do Plantão Materno – Consultoria de Amamentação.
Dê prioridade para o leite materno
O recomendado é não oferecer nada além para o bebê, durante seus seis primeiros meses de vida. Em alguns casos, conforme orientação médica, será necessária uma complementação.
A posição certa é a mais confortável
A amamentação tem de ser um momento de prazer para a mãe e o bebê. Ao escolher a melhor posição, é importante observar que a criança esteja bem de frente para o corpo da mãe, com o corpo e a cabeça alinhados. O queixo do bebê deve ficar encostado na mama, e o nariz, afastado.
Dor pode ser sinal de alerta
Se a mulher estiver sentindo dor ou tiver fissuras nos mamilos ao amamentar, a pega, a posição ou até o manejo com o bebê podem não estar corretos. Para evitar tanto a dor quanto os machucados, é muito importante a correção da pega. O ideal é que o bebê não abocanhe somente o bico do seio, mas também toda ou grande parte da aréola.
Não existe leite fraco
O leite produzido pelo corpo da mãe é ideal para o bebê, sendo que cada mulher produz leite com pequenas diferenças de acordo com as características do seu filho. É importante saber que, durante a mamada, a quantidade de gordura do leite vai aumentando, alerta Daniela. Assim, se o bebê não tomar o leite da etapa final, que tem mais gordura, pode sentir fome logo em seguida. Ou seja: não se trata de um leite fraco, e sim de uma mamada menos efetiva.
O tamanho do seio não interfere na quantidade de leite
O que determina o tamanho do seio é a quantidade de células de gordura e não o número de glândulas mamárias. Ou seja, seios grandes não significam mais leite nem seios pequenos são sinal de pouca produção. Algumas mães produzem mais leite do que seu bebê necessita, mas quase todas, com técnicas corretas de amamentação, têm o suficiente para seu filho.
O bebê precisa ser amamentado em livre demanda
Livre demanda é respeitar a fome do seu bebê. Ou seja, se ele tem fome, mama. Mas fique atenta: nem todo choro é de fome. Se os intervalos entre as mamadas estiverem ficando muito curtos, provavelmente o bebê não está mamando o leite da etapa final, mais rico em gordura e calorias.
Quanto mais o bebê mama, mais leite a mãe produz
É normal aumentar a frequência de mamadas durante os picos de crescimento da criança, e isso não significa que a mãe esteja com pouco leite, mas, sim, que o bebê está ajustando sua demanda à medida que cresce.
O leite muda de acordo com a alimentação da mãe
Alguns alimentos podem deixar o leite mais alaranjado, enquanto outros podem dar um tom mais esverdeado. O abacaxi e o alho, por exemplo, interferem no sabor. Nada disso é um problema para o bebê.
Ser mãe vai além de amamentar
Por mais que a amamentação seja a principal fonte de alimentação nos primeiros meses de vida da criança, não é a única maneira de criar um vínculo com o bebê nem de garantir seu desenvolvimento. Você vai cuidar e amar o seu filho de muitas formas, então não se culpe se, por algum motivo, não conseguir amamentá-lo. Lembre-se: você é a melhor mãe para seu filho.