Na noite desta quinta-feira (7), a cantora Anitta usou as redes sociais para dizer que havia recebido o diagnóstico de endometriose, após nove anos com muitas dores no período menstrual e depois das relações sexuais. "Falta de higiene? Não. Falta de preservativo? Não. Falta de água? Não. Falta de pesquisar a fundo todas as variáveis que cada corpo pode responder a uma anomalia? Sim", pontuou ela.
Durante o o programa Encontro desta sexta-feira (8), Patrícia Poeta revelou que também sofre da doença. A jornalista contou que demorou anos para ter o diagnóstico.
— Descobri recentemente que tenho endometriose e por que estou falando isso? Às vezes, a dor não se manifesta tanto e você vai descobrir lá na frente.. Às vezes, as pessoas demoram 40 anos pra descobrir e foi o meu caso — relatou.
A endometriose é uma doença inflamatória provocada por células do endométrio - tecido que reveste o útero - que, em vez de serem expelidas durante a menstruação, se movimentam no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a se multiplicar e a causar sangramentos.
A dor é o principal sintoma: ela tende a ser persistente e não melhora com o uso de medicamentos analgésicos. Além disso, desconfortos na região lombar, durante as relações sexuais e ao urinar ou evacuar também podem ser indicativos da doença. A infertilidade é outro fator determinante.
Conforme estimativa do Ministério da Saúde, a endometriose afeta cerca de uma em cada 10 mulheres. Além de Anitta e Patrícia, outras famosas também já revelaram diagnóstico da doença:
A atriz e cantora de 21 anos usou as redes sociais no ano passado para contar que descobriu ter endometriose. Ela fez um desabafo sobre as consequências da sua condição e promoveu uma live com um médico especialista no Instagram.
— O mais importante de eu ter compartilhado e aberto algo tão pessoal da minha vida foi saber que eu posso inspirar outras mulheres a também fazerem uma pesquisa profunda e salvar e dar qualidade de vida para essas mulheres — justificou.
A artista aconselhou as seguidoras a fazerem uma avaliação médica e se informarem sobre a doença, já que, historicamente, a patologia tem sido mal diagnosticada, chegando a uma média de sete anos entre o início os sintomas e o diagnóstico certo.
— Quem tem endometriose, ou acha que tem, sabe como é viver com isso. Então, se uma mulher que seja eu tenha conseguido inspirar com essa live para mim já transforma, já passa a ser muito mais especial do que está sendo todo esse processo de descoberta e aprendizado — disse ela.
Isabella Santoni
A atriz compartilhou em setembro do ano passado, pelas redes sociais, como descobriu que tinha endometriose.
— Quanto mais cedo a gente fizer o diagnóstico, melhor é o tratamento. Então procure seu médico — começou iniciando.
— Eu sempre tive muita cólica, mas eu achava que era normal. Aí, eu fui em uma médica e ela falou que eu não devia tomar os remédios que eu tomava todo mês. Eu tinha o DIU de cobre, então eu ia fazer o exame a cada seis meses. Mas o médico não viu que ele estava fora do lugar, então estava perfurando meu útero. Além da endometriose, eu tinha dores por causa do DIU — contou.
A artista relatou que, depois disso, tirou o DIU e começou a tomar pílula anticoncepcional, mas que está teve muitos efeitos colaterais.
— O tratamento da endometriose consiste em não sangrar e eu relutei muito contra isso, porque sou toda natural— explicou. — Ainda estou entendendo sobre mim e sobre meu processo.
Emma Roberts
Em 2020, quando a atriz ainda estava grávida do seu primeiro filho, de seu relacionamento com o ator Garrett Hedlund, ela falou sobre o assunto ao estrelar a capa da edição de dezembro da revista norte-americana Cosmopolitan. Há alguns anos, descobriu ter endometriose não diagnosticada desde que era adolescente.
— Sempre tive cólicas e menstruações debilitantes, tanto que faltava às aulas e, mais tarde, precisava cancelar as reuniões. Mencionei isso ao meu médico, que não investigou e me mandou embora porque talvez eu estivesse sendo dramática? No final dos meus 20 anos, tive a sensação de que precisava mudar para uma médica. Foi a melhor decisão. Ela fez testes, me mandou para um especialista. Finalmente, houve a validação de que eu não estava sendo dramática. Mas, a essa altura, isso havia afetado minha fertilidade. Disseram-me: "Você provavelmente deve congelar seus ovos ou procurar outras opções" — contou.
Emma relatou, então, que só conseguiu lidar melhor com o diagnóstico quando se abriu sobre o assunto com outras mulheres.
— Quando descobri sobre minha fertilidade, fiquei meio chocada. Parecia tão permanente e, estranhamente, senti como se tivesse feito algo errado. Mas comecei a me abrir para outras mulheres e, de repente, havia um novo mundo de conversas sobre endometriose, infertilidade, abortos espontâneos, medo de ter filhos. Fiquei muito grata por descobrir que não estava sozinha nisso. Afinal, eu não tinha feito nada de "errado" — disse ela.
A atriz contou que, quando parou de pensar tanto sobre o assunto, conseguiu engravidar — mas, mesmo assim, não queria nutrir esperanças, e por isso guardou a novidade em segredo nos primeiros meses de gestação.
