A viúva do músico Paulinho, do Roupa Nova, Elaine Soares Bastos, está passando por dificuldades financeiras. Desempregada, a psicóloga e advogada precisou pedir ajuda a uma amiga, que tem uma banca que vende utensílios de acrílico no comércio popular da Saara, na região central do Rio de Janeiro, para conseguir uma renda extra.
— Pedi trabalho a uma amiga. Liguei para ela e perguntei se podia trabalhar. Antes, ela tinha um quiosque no centro do Rio, mas, com a pandemia, perdeu e agora está com uma banca na calçada, onde bate sol o tempo todo. Não posso cuspir no prato que comi, porque ela foi muito legal comigo. Poderia ter dito que não, mas dividiu comissão comigo. Trabalhei de segunda passada até ontem. Hoje tirei o dia para descansar porque para ganhar 10 reais para ficar o dia inteiro em pé não compensa — contou a psicóloga para a revista Quem.
Elaine, que diz estar em depressão, trava uma disputa na Justiça com os dois filhos do cantor, Twigg de Souza Santos e Pedro Paulo Castor dos Santos, a fim de ter reconhecida a união estável com Paulinho e ser incluída na divisão da herança. O músico morreu em dezembro de 2020 após complicações da covid-19.
— Como estava chegando a semana do Natal e estou no processo de esperar o inventário e o formal de partilha, já que só a partir deles poderei seguir a minha vida, independente de estar trabalhando ou não, entrei em contato com minha amiga porque sabia que ela tinha essa loja para ver se ela me dava uma força nos 15 dias que antecediam o Natal. Para eu arrumar um dinheiro qualquer. Porque estou sem dinheiro — explicou Elaine.
A viúva de Paulinho esclareceu o motivo de estar desempregada:
— Eu tenho duas formações: sou psicóloga, trabalhei 15 anos na Pfizer como gerente de recursos humanos, e depois, casada com o Paulinho, fiz faculdade de Direito. Ele pagou para eu fazer. Falou: "Faz, namorada, você leva jeito". Fiz exame de ordem (OAB), passei. Só que durante o tempo em que estávamos casados, cuidava de tudo, de mim, dele, da casa. Viajava com ele e aí, para trabalhar, não teria a disponibilidade que precisava ter para acompanhá-lo nos lugares que acompanhei.
Elaine ainda contou sobre a experiência no comércio popular:
— Estava vendendo tacinhas de acrílico no fim de ano com minha amiga. Só que o que deu de comissão não chegou nem a 50 reais, então, não valeu a pena. Mas, de qualquer maneira, tenho minha mãe, vou passar o Natal com ela. Mas queria um dinheiro extra para comprar uma lembrancinha para o meu sobrinho, para a minha afilhada, filha do meu sobrinho, que tem quatro aninhos, porque criança cobra, gosta e tal. Estou muito cansada, com a perna inchada, dolorida. Fiquei em pé no sol o dia inteiro, de nove da manhã às seis da tarde. Hoje não aguentei ir.
Ela ainda pontuou que, por conta da época de recesso da Justiça do Rio de Janeiro, que só retorna em 20 de janeiro, terá que esperar por sua audiência, de instrução e julgamento, que está marcada para março.
— Não sei nem como vou viver até lá — completou.