O ator e cantor Leo Jaime tem compartilhado, nas suas redes sociais, registros de sua rotina nas aulas de balé. Em entrevista à revista Vogue, publicada nesta terça-feira (12), o artista contou que já tinha praticado a dança quando mais novo, e demorou para achar motivação para voltar por acreditar que não tinha mais "idade ou corpo ideal" para a atividade.
Essa mentalidade, entretanto, mudou quando ele participou do quadro Dança dos Famosos, no programa Domingão do Faustão, em 2018, edição na qual foi o vencedor.
— Ali eu me libertei e vi que podia dançar o que quisesse. Depois do Dança, fiz aula de hip hop, de sapateado até que comecei a fazer bale clássico há uns dois anos. Por conta da pandemia, fiquei parado por alguns meses e agora retomei e não pretendo mais deixar de lado. Tem me feito um bem danado para o corpo e para a alma — relatou.
Ainda à publicação, o artista falou sobre a repercussão dos seus posts sobre o balé, que conta com elogios mas também com alguns comentários gordofóbicos.
— Os comentários negativos ou zoações ficam tão pequenos perto do tanto de incentivo e de depoimentos legais que tenho recebido, como os de gente que voltou a dançar e a fazer exercício, que acho injusto dar foco para essa minoria — frisou ele. — Mas tem uma coisa interessante sobre a gordofobia, que a pessoa acha que a “crítica” é para o seu bem. A pessoa te humilha, te coloca para baixo, mas diz que está dizendo aquilo para o seu bem. Eu vou te destruir para o seu bem, sabe? É aí que a gente percebe que todo mundo se sente pressionado pelos padrões de beleza. Até as pessoas que estão dentro do padrão, estão sofrendo pressão. E aí passam a te julgar moralmente. O gordo é julgado como mau caráter, que não tem força de vontade, que não tem vergonha na cara.
Por fim, deixou um recado para os "haters" da internet.
— A gente foi criado sob uma cultura machista, homofóbica, gordofóbica, racista, classista e assim por diante. E todos nós precisamos refletir sobre isso. A questão mais importante é a gente estar disposto a mudar, a errar menos, a não repetir os mesmos erros dessa cultura que nos dominou por tanto tempo. Quando a gente se deparar com pessoas que seguem sendo um reflexo dessa antiga questão, a gente tem que debater, mostrar que dá para rever isso. Se a pessoa entender, ótimo, é mais um que se aproxima — concluiu.